O Sport Insider, plataforma de conteúdo sobre negócios do esporte fundada pela Sisu Venture Partners, realizou, nesta quinta-feira (5), o 1º Prêmio de Governança do Esporte Brasileiro, que foi acompanhado pelo lançamento do novo posicionamento da plataforma e de um relatório financeiro do esporte brasileiro.
Com o relançamento da marca Sport Insider, a empresa passa a operar com um novo posicionamento editorial e comercial, com Rodrigo Capelo e Ricardo Fort como sócios. O projeto passará a contar com uma newsletter especializada, videocast com líderes do setor e eventos de conteúdo ao longo do ano.
“Vou cuidar da parte editorial, e o Ricardo Fort, que é um executivo com ampla experiência no marketing esportivo mundial, cuidará da parte comercial”, explicou Rodrigo Capelo à Máquina do Esporte.
O evento aconteceu na Mercado Livre Arena Pacaembu e reuniu representantes de clubes de futebol, confederações olímpicas, federações estaduais, executivos da indústria de mídia e autoridades do setor esportivo e empresarial.
Além da entrega dos prêmios, a noite foi marcada pelo lançamento de um relatório inédito sobre as finanças do esporte brasileiro, desenvolvido em parceria com a EY, que traz um panorama sobre receitas, despesas e endividamento, entre vários outros indicadores.
“Apesar de já existirem alguns veículos consolidados, como é o caso da Máquina do Esporte, falta ainda informação de nicho sobre o negócio do esporte. Falamos de negócio do esporte como se fosse uma coisa só, mas existe o direito, marketing, administração, finanças, política, legislação”, pontuou Capelo.
“A imprensa tradicional consegue cobrir só até certo ponto, mas no seu dia a dia falta conteúdo. Então, quanto mais iniciativas bem-sucedidas aparecerem, melhor. A gente espera que o Sport Insider possa ser uma dessas iniciativas”, acrescentou.
“Score” de crédito
O Relatório das Finanças do Esporte Brasileiro 2024/2025 inclui uma análise de “score” de crédito. A pontuação avalia o risco de conceder crédito aos clubes, o que inclui, por exemplo, empréstimos.
Para o cálculo, foram levados em consideração oito critérios, que medem o tamanho do clube como negócio, capacidade de honrar obrigações, responsabilidade de dirigentes na contratação de jogadores e disponibilidade de bens para execução de dívidas.
A partir disso, foram atribuídas notas que podem ir de AAA (qualidade altíssima) até D (inadimplente). Entre os 22 clubes brasileiros considerados, o Flamengo foi o melhor, com ranking AA (qualidade muito alta).
Atlético-MG, Internacional e São Paulo dividiram o posto de pior nota, os três com CCC (risco considerável).
Receitas
O estudo exalta os direitos de transmissão como a principal fonte de renda dos clubes brasileiros. Em 2024, as equipes receberam R$ 2,9 bilhões a partir desta fonte.
Em relação a premiações, a Copa Libertadores se destacou por pagar R$ 465 milhões aos clubes da Série A do Brasileirão em 2024. O valor foi impactado principalmente pela final entre Botafogo e Atlético-MG.
Entre as confederações olímpicas, o relatório destacou a grande disparidade observada entre o futebol, que lidera o ranking, e as demais modalidades.
Para se ter uma ideia, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) apresentou uma receita de R$ 1,344 bilhão, enquanto a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) teve a segunda maior arrecadação, com R$ 166 milhões, valor oito vezes menor. Comitê Olímpico do Brasil (COB) (R$ 99 milhões), Confederação Brasileira de Tênis (CBT) (R$ 45 milhões) e Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) (R$ 43 milhões) completaram o Top 5.
Matchday
Os ganhos dos principais clubes brasileiros com matchday também foram destrinchados. A avaliação separou bilheteria, estádios e programas de sócios-torcedores para buscar compreender o quanto as torcidas contribuem para o faturamento das equipes.
O Flamengo teve o maior faturamento com matchday, de R$ 244 milhões. Atlético-MG (R$ 173 milhões), São Paulo (R$ 160 milhões), Palmeiras (R$ 137 milhões) e Athletico-PR (R$ 133 milhões) completaram o Top 5.
Ainda que sejam números significativos, o relatório apresentou também as arrecadações dos argentinos Boca Juniors e River Plate como exemplos. O Boca Juniors faturou R$ 293 milhões com estádio e sócios, enquanto seu rival somou R$ 376 milhões, valores superiores aos obtidos pelos clubes brasileiros.
Premiação
O evento foi encerrado com a entrega do prêmio de governança. O reconhecimento foi baseado em um ranking de transparência, que avaliou a regularidade e qualidade das publicações institucionais de cada entidade.
Entre os clubes de futebol, o Palmeiras foi o que recebeu melhor nota (9,6). Goiás, Fortaleza, Flamengo e Vitória também se destacaram. Algumas equipes, por outro lado, tiveram notas zeradas por não compartilharem qualquer informação financeira, caso do Botafogo.
Entre as confederações, Comitê Olímpico do Brasil (COB), Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM) e Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN) foram exaltadas.