Uma das ligas que mais combatem as transmissões piratas, a LaLiga vê seus esforços minguarem ante o alto índice de jovens que consomem esse tipo de conteúdo. De acordo com dados do Instituto Europeu de Propriedade Intelectual (Euipo), 42% dos jovens entre 15 e 24 anos na Espanha afirmam que acessaram transmissões esportivas ilegais em 2024.
Apesar do alto índice entre os jovens, o problema é generalizado na Espanha. Se forem contabilizadas todas as faixas etárias, 19% da população consome conteúdos esportivos ilícitos.
Esses dados colocam a Espanha como o terceiro país da União Europeia com maior consumo de conteúdo ilegal no esporte, empatada com Luxemburgo. O país fica atrás apenas de Bulgária (21%) e Grécia (20%).
A Espanha também está à frente da média europeia, que é de apenas 12% da população que diz consumir transmissões esportivas on-line piratas.
Segundo a LaLiga, as fraudes no audiovisual do futebol espanhol afetam diretamente 190 mil pessoas que atuam nessa indústria, que contribui com aproximadamente € 8,4 bilhões com o Produto Interno Bruto (PIB) espanhol.
A liga espanhola também estima que o futebol local perde entre € 600 milhões e € 700 milhões por ano por causa do streaming pirata.
Combate
Neste ano, a LaLiga intensificou o combate à pirataria audiovisual. A entidade estabeleceu como meta reduzir em 70% as fraudes envolvendo seus conteúdos.
Entre as iniciativas da liga espanhola está uma queixa ao Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês) contra Google, X (antigo Twitter) e Cloudflare por supostamente oferecerem infraestrutura para sites de transmissões piratas, o que prejudica os detentores de direitos autorais.
Em 2022, o 13º Tribunal Criminal de Madri condenou o administrador do site iptvplaystar a um ano e meio de prisão por crimes contra o mercado, consumidores e propriedade intelectual.
O site comercializava um serviço de futebol pirata, que permitia aos clientes ter acesso à visualização de conteúdos cujos direitos pertenciam à LaLiga e a seus parceiros comerciais.
No mesmo ano, a LaLiga conseguiu a condenação do site El Rincón Roja Directa, réplica do antigo Roja Directa. Miguel TG (o sobrenome não foi divulgado), criador do site, pegou uma pena de dois anos de prisão.
Além disso, o réu teve que pagar uma indenização de € 500 mil por violação de direitos de propriedade intelectual sobre conteúdos da LaLiga e da Mediapro, entre outras empresas.