No esporte, as hegemonias são comuns e também parte do jogo. Quando a qualidade de um time destoa demais em determinada competição por pontos corridos, é natural que ele dispare na liderança e deixe os outros comendo poeira, caso visto, por exemplo, em 2003, no Campeonato Brasileiro, quando o Cruzeiro faturou a primeira edição sem finais da competição com 13 pontos à frente do segundo colocado, o Santos, tendo garantido matematicamente a taça com duas rodadas de antecedência.
O mundial de pilotos deste ano da Fórmula 1, porém, ameaça colocar por terra até mesmo esse exemplo clássico de hegemonia esportiva. Dentro de poucas horas, terá início o treino que definirá o grid de largada do Grande Prêmio do Japão, disputado no circuito de Suzuka.
Com 11 vitórias conquistadas nesta temporada, contra apenas três do segundo colocado, Charles Leclerc, da Ferrari, o holandês Max Verstappen, da Red Bull, terá a chance de finalizar de vez a fatura na madrugada deste sábado (8) para domingo (9). A corrida terá início às 2h (horário de Brasília), momento em que boa parte dos fãs costuma estar dormindo e, consequentemente, a audiência tende a ser menor.
O GP de Singapura, que foi realizado no último domingo (2), das 10h09 às 12h11, rendeu à Band uma média de 3,7 pontos na medição feita pelo Kantar Ibope, o que deixou a emissora paulista na vice-liderança na audiência.
Campeão definido, campeonato esvaziado
A questão do fuso horário da prova que pode definir o campeão da temporada não afeta apenas o Brasil, mas diversos países do Ocidente, onde a Fórmula 1 concentra boa parte de seus fãs.
Mas está longe de ser o maior problema que a competição terá de enfrentar até o fim da temporada. Isso porque, depois do GP do Japão, ainda haverá quatro corridas neste ano: Estados Unidos, México, Brasil e Emirados Árabes Unidos.
Dependendo da classificação da prova no Japão, com o campeão já definido, são grandes as chances de a categoria sofrer queda vertiginosa na audiência, uma vez que não haverá nada a ser disputado nas provas seguintes, a não ser saber como ficarão as posições dos que estiverem abaixo do campeão na classificação.
Mundial de Construtores
Mesmo no Mundial de Construtores, a vantagem da Red Bull para a Ferrari é imensa. A atual líder do campeonato soma 576 pontos até o momento, contra 439 da segunda colocada.
Verstappen acumula até o momento 341 pontos no mundial de pilotos, contra 237 do segundo colocado Leclerc e 235 do mexicano Sergio Pérez, da Red Bull, que está em terceiro na classificação geral.
O companheiro de equipe de Verstappen, aliás, venceu a corrida de Singapura, ameaçando tomar o segundo lugar de Leclerc no Mundial de Pilotos. Mas é pouco provável que, a essa altura do campeonato, possa ocorrer uma virada ou mesmo algo como o que foi visto na temporada de 2021 da Fórmula 1.
O campeonato do ano passado, vencido por Verstappen, foi decidido na última volta da última corrida, realizada em Abu Dhabi, no Emirados Árabes Unidos, em dezembro. O campeão marcou 395,5 pontos na classificação, enquanto o vice Lewis Hamilton obteve 387,5. Foram dez vitórias e 18 pódios do piloto da Red Bull, contra oito vitórias e 17 pódios do adversário.