All-Star Game expõe desgaste dos astros da NBA com competitividade da temporada

Time de Giannis Antetokounmpo ergue o troféu do Jogo das Estrelas da NBA - Reprodução / Instagram (@nba)

Era para ser o All-Star Game para celebrar o feito de LeBron James, que se tornou recentemente o maior cestinha da história da NBA e capitaneava o time do Oeste, e Giannis Antetokounmpo, que disputaria o torneio de habilidades no sábado (19), junto dos irmãos Alex e Thanassis, além de ser capitão da equipe do Leste.

No final, a participação apagada das duas maiores estrelas do fim de semana de celebrações da NBA, que voltou a Salt Lake City após 30 anos, deixou em evidência uma das principais discussões feitas entre as franquias que disputam a competitiva liga norte-americana de basquete: como gerir o elenco para contar com seus principais jogadores inteiros para os playoffs.

Giannis deve que abrir mão do torneio de habilidades, no sábado (19), por causa de uma lesão no pulso sofrida na última quinta-feira (16), em jogo do Milwaukee Bucks contra o Chicago Bulls, às vésperas do All-Star Game.

Sem condição de atuar, o ala-pivô participou apenas de 20 segundos do Jogo das Estrelas. O suficiente para fazer dois pontos, ir para o banco e não retornar mais à quadra.

As atenções, então, ficaram voltadas para LeBron James, que não teve muito mais sorte. O ala-pivô aparentemente machucou a mão em um lance banal: tentou impedir uma bandeja simples de Pascal Siakam e acabou ficando com o dedo da mão direita preso no aro.

Outra ausência sentida já havia sido do armador Stephen Curry, que sofreu uma lesão na perna no início do mês em jogo do Golden State Warriors.

Gestão de elenco

As franquias buscam dosar as energias do elenco durante a duríssima temporada regular da NBA, em que cada equipe disputa 82 jogos. A ideia é que os principais astros, como LeBron, Giannis e Curry possam estar 100% para a disputa dos playoffs.

Por outro lado, há a frustração do fã, que quer assistir aos principais astros da NBA e, por vezes, decepciona-se com a ausência dos ídolos na quadra.

“Este não é um problema novo. Entendo, do ponto de vista do torcedor, se você está comprando ingressos para um determinado jogo, e esse jogador não está jogando. Não tenho uma boa resposta para isso, a não ser que esta é uma liga profunda com uma competição incrível”, analisou Adam Silver, comissário da NBA.

Jogos x lesões

Para o principal dirigente da liga norte-americana de basquete, não há relação entre o número de jogos e o aparecimento de lesões. Recentemente, porém, a NBA ajustou o calendário para diminuir a desgastante sequência de uma equipe jogar quatro partidas em cinco noites, o que é um indicativo de que o problema realmente preocupa a direção da liga.

“Se isso significa que em algum momento é melhor alongar o cronograma para reduzir a sequência de jogos seguidos, por exemplo, é algo que vale a pena olhar. Se achássemos que fazia sentido reduzir o número de jogos, faríamos. Mas não há dados no momento”, destacou Silver.

Passado diferente?

Craques de épocas passadas, a dupla Karl Malone e John Stockton, maiores ídolos da história do Utah Jazz, time de Salt Lake City, anfitrião do All-Star Game, são exemplos de que, até pouco tempo atrás, era possível disputar a competição com intensidade do início ao fim, sem sofrer lesões graves.

Malone jogou as 82 partidas da temporada regular em dez temporadas e perdeu um total de oito jogos nas outras oito temporadas em que atuou. Stockton, por sua vez, atuou nos 82 jogos em 17 de suas 19 temporadas na NBA, incluindo a última, quando tinha 40 anos.

“Às vezes você tem que salvar os atletas deles mesmos. Mas tudo é tempo e ritmo. Quando você perde um jogo, especialmente quando você é uma peça-chave naquele sistema, influencia todo o time”

Karl Malone, ex-jogador do Utah Jazz

“Lembro do técnico [Jerry] Sloan dizendo a mim e ao Stockton, quase que no final [da carreira dos jogadores], que sentia muito por ter nos colocado em quadra por muitos minutos. Eu respondi: ‘Senti algumas dores, mas acho que nos saímos muito bem’”, contou o ala, apelidado de “Carteiro” por causa da precisão que “entregava” a bola na cesta.

Recorde

Sem LeBron e Giannis em quadra, quem se sobressaiu foi Jayson Tatum. O ala do Boston Celtics marcou 55 pontos, tornando-se o maior pontuador em uma edição do Jogo das Estrelas. Tatum liderou o time de Giannis à vitória por 184 a 175, quebrando uma sequência de cinco vitórias de LeBron James como capitão no All-Star Game.

*O jornalista viajou a convite da Hellmann’s

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