3 razões para a crise entre Bahia e Nike

Nova reunião nesta semana vai selar futuro da parceria - Crédito Divulgação

Nova reunião nesta semana vai selar futuro da parceria – Crédito Divulgação

A parceria entre Bahia e Nike, conflituosa desde que Fernando Schmidt assumiu o comando do clube, em setembro do ano passado, pode acabar no fim desta semana, quase dois anos antes do fim do contrato, em dezembro de 2015. Este é o prazo interno que o departamento de negócios da equipe, chefiado por Pablo Ramos, tem para conseguir algum acordo com o pessoal da fabricante americana, seja para conseguir algumas melhorias, seja para romper de vez a relação.

Lênin Franco, gerente de marketing que responde a Ramos, diretor de negócios do Bahia, contou à Máquina do Esporte que, quando chegou ao clube, no fim do ano passado, encontrou um contrato com a Nike que desagradou a nova gestão. Ele havia sido assinado pelo pessoal de Marcelo Guimarães, deposto do cargo de presidente em julho do ano passado. “Percebemos que a parte financeira não condizia com o tamanho do clube, mas é contrato assinado, não tem o que discutir”, diz Franco. “O problema é que a Nike não cumpre o que tem de fazer.

O gerente citou três pontos de discórdia com a parceira.

1. Nike teria copiado design de times europeus

O Bahia alega que a Nike não fez nenhuma camisa com um desenho espeficamente para a equipe. “Tudo foi baseado em outros times”, diz Franco. A fornecedora, diz ele, pega um uniforme de algum clube europeu que patrocinava, como Arsenal e Manchester United, troca as cores e costura o escudo do Bahia. “Não teve nenhum único material desenhado propriamente para o nosso clube”.

2. Nike teria sufocado lojas para privilegiar a Netshoes

O contrato da fabricante americana com os baianos envolve três partes: o Bahia, a Nike e a Netshoes, responsável por distribuir as peças para o mercado. O clube afirma que a fornecedora atrasou a venda para lojas físicas para beneficiar a distribuidora, que atua exclusivamente pela internet. “Só de lojas credenciadas, temos 22. São lojas que têm seus donos, e o negócio deles é vender material do Bahia. Mas quando faziam pedidos, a Netshoes segurava e não entregava para vender só no online e depois ir para o varejo. Eles represam a venda e diminuem nossa receita com royalties”, acusa Franco.

3. Nike não construiu loja física prevista em contrato

No acordo assinado pela gestão de Marcelo Guimarães com a fornecedora americana, ficou sob a responsabilidade dela construir um ponto de venda físico para comercializar os materiais da equipe. Até agora, diz o gerente de marketing, a cláusula não foi cumprida.

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Procuradas para comentar as queixas, a Nike informou que não vai se manifestar, e a Netshoes escreveu, via assessoria de imprensa, que “reforça seu compromisso com o Esporte Clube Bahia em prover um serviço que democratize o acesso aos artigos do clube para os fanáticos torcedores nos quatro cantos do país”. “A empresa disponibiliza uma equipe dedicada ao acompanhamento do serviço junto ao clube para um contínuo aprimoramento da parceria”.

Confira três comparações feitas por torcedores das camisas feitas pela Nike para o Bahia e para Arsenal, Manchester United e Freiburg.

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