Abertura da Copa do Mundo expõe virtudes e defeitos do país

A partida inaugural da Copa do Mundo de 2014 entre Brasil e Croácia expôs muito do que foi a preparação brasileira para o evento. Um misto de erros e acertos marcou o jogo.

Os principais gargalos e motivos de preocupação não atrapalharam. O sistema de transporte ao estádio funcionou de maneira perfeita, e a segurança também.

A facilidade de acesso por meio de transporte público, aliás, foi responsável por algumas das “falhas” do evento.

Pessoas sem ingresso e vendedores ambulantes não-oficiais foram flagrados pela reportagem dentro do “perímetro Fifa”, de 2 km de distância do estádio.

O marketing de emboscada, porém, foi evitado. No entorno da Arena, havia prédios pintados, ambulantes trajados com marcas, mas nenhuma intrusa ao Mundial. Coca-Cola e Brahma eram as que mais se destacavam nos arredores.

Dentro do estádio, algumas falhas foram evidentes. A queda de luz em metade dos refletores o setor Norte quase prejudicou o jogo. Além disso, acabou comida e bebida ainda antes do intervalo, gerando críticas dos torcedores.

A seguir, você confere detalhes do jogo de abertura da Copa flagrados por nossa reportagem.

 

Ambulantes: Os vendedores ambulantes que estavam dentro da área de controle de entrada do estádio eram apenas os oficiais, que vendiam produtos da Coca-Cola e Brahma. Mas na estação Corinthians-Itaquera, a menos de 1km do estádio, era livre o trânsito de outros tipos de vendedores.

Revista no ônibus: A segurança dos convidados de patrocinadores era enorme no pré-jogo. Tanto que, na barreira a 2 km do estádio, um policial subiu no ônibus e checou se os convidados estavam com ingresso para a partida.

Prédio tomado: Um conjunto habitacional a menos 500m da Arena de São Paulo foi usado pela Brahma para conter qualquer ação de outra marca. A empresa pintou a parede dos prédios com imagens alusivas às cinco conquistas mundiais da seleção brasileira. A marca apoia a CBF e também a Fifa.

Exoesqueleto?: Um pontapé inicial simbólico dado por um paraplégico era um dos maiores projetos da Copa. No estádio, não se viu o chute dado por Juliano Pinto. Na televisão, o que eram para ser 29s de demonstração foram menos de 7s. O exoesqueleto, no fim, passou desapercebido.

Voluntários: Torcedor bem informado é um torcedor satisfeito. Os voluntários que estavam trabalhando no entorno do estádio seguiram bem esse preceito. Foram prestativos e ainda usaram o megafone para brincar com os torcedores, criando um clima agradável pré-jogo.

O metrô andou!: Em meio a uma grande incerteza sobre uma possível greve dos metroviários, o sistema público de transporte foi o que mais teve sucesso no jogo. A estação Corinthians-Itaquera estava lotada, com torcedores de todos os times chegando para acompanhar a partida de abertura da Copa.

O copo sumiu: A Coca-Cola criou um copo para cada jogo da Copa. Contando com a inscrição dos dados da partida, o artefato virou souvenir de recordação da torcida. Acabou antes do primeiro tempo. O estoque de bebidas, aliás, foi reposto no intervalo, gerando críticas.

Festa só de duas: A festa de abertura da Copa não empolgou, mas o show comprovou a força de Coca-Cola e Adidas com a Fifa. As duas foram as únicas patrocinadoras a terem a marca exposta. A Coca, com a bandeira no chão do início do show. A Adidas, com a bola.

Cadê o Fuleco?: O sortimento de produtos à venda na loja oficial no estádio, como de costume no futebol, deixou a desejar. Havia camisas da seleção brasileira, camisetas e bonés à disposição. No máximo, um chaveirinho do Fuleco. A Globo Marcas tem 2 mil produtos alusivos à Copa. Poderia rechear melhor a loja.

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