Um dos principais desafios do acordo entre NBA e Liga Nacional de Basquete, anunciado nesta quinta-feira em São Paulo, será a obtenção de patrocinadores para o NBB. Apesar de ser saudada até por outros esportes como exemplo a ser seguido, o Novo Basquete Brasil ainda enfrenta problemas para se consolidar comercialmente. O torneio, que equivale ao Campeonato Brasileiro masculino da modalidade e está em sua sétima edição, conta apenas com contratos de TV (Globo e Sportv) e de fornecedor oficial (Spalding).
“A ideia é trazer parceiros de longo prazo para que basquete brasileiro não fique correndo todo ano atrás de patrocinadores”, afirma Arnon de Mello, diretor-executivo da NBA no Brasil. “Nosso contrato é de longo prazo, não é de um nem de três anos. Talvez a gente não esteja mais aqui [no final do acordo]”, acrescentou.
Segundo o executivo da NBA, o acordo com a LNB é inédito na liga. “Muitas regiões já tentaram, mas aqui tivemos um misto de sorte com competência local e a abertura dos olhos dos dirigentes dos Estados Unidos para o mercado brasileiro”, destacou.
A primeira possibilidade é a atração dos parceiros comerciais da liga norte-americana no país, como Oi, TAM e Kalunga, patrocinadores dos jogos da pré-temporada da NBA no Rio de Janeiro. Para o executivo, é possível também conquistar parceiros da liga nos Estados Unidos. “Vamos trazer nossa expertise, nosso know-how nesta área”, afirmou Mello.
Há pouco mais de dois anos, a NBA abriu escritório no Brasil. Desde então, trouxe duas partidas da pré-temporada ao país e triplicou o número de jogos transmitidos pela TV fechada e pela internet. Com o fortalecimento do basquete nacional e o aumento do número de fãs do esporte, o executivo acredita que possa alcançar visibilidade ainda maior.
“A NBA, assim como o NBB vai estar na TV aberta no momento em que o esporte tiver alcançado esse nível de relevância. Isso vai ser uma questão natural. Estamos trabalhando para fortalecer o campeonato nacional para que volte para à TV aberta”, ressaltou Arnon.
Com o acordo recém-assinado, ainda não foi montado um plano de negócios para a parceria. Mas a ideia é que a NBA ajude na organização dos principais eventos da temporada do NBB, como o Jogo das Estrelas e as finais. Também é possível a participação em outros torneios organizados pela Liga Nacional de Basquete.
“Tanto nos Estados Unidos como aqui temos a liga de desenvolvimento de basquete. E também cuidamos da liga de basquete feminino. Uma das possibilidades aqui é o envolvimento também com a liga feminina, que ainda precisa se consolidar”, disse Arnon.