As concorrentes são Adidas e Nike, as duas principais companhias de material esportivo do planeta. O cenário é a Copa do Mundo, maior evento do segmento. Com estratégias diferentes, as empresas transformaram a competição em uma guerra por fatias do mercado. Essa disputa atingiu até mesmo o trabalho dos jornalistas que estão na África do Sul.
No período da Copa do Mundo, Adidas e Nike inauguraram espaços próprios na África do Sul. Os dois locais não têm essa finalidade específica, mas foram oferecidos pelas empresas aos jornalistas para ambientar reportagens no país.
O espaço que a Nike disponibiliza à imprensa é um centro de treinamentos que a empresa inaugurou em Soweto, bairro histórico da periferia de Johanesburgo. O local tem como meta abrigar treinos de até 20 mil crianças carentes da África do Sul depois da Copa do Mundo.
Desde a inauguração, a companhia ressaltou que o espaço estaria disponível para uso da imprensa – gravações no campo ou nos vestiários, por exemplo. O centro só começará a receber crianças do projeto social depois da Copa do Mundo.
A Adidas usou um espaço totalmente diferente, mas adotou planejamento similar. A empresa alemã criou em Johanesburgo o Jo’bulani center, nome que remete à bola que será usada na decisão da Copa do Mundo de 2010.
O Jo’bulani center fica em Sandton, zona nobre de Johanesburgo. Neste mês, já abrigou entrevistas coletivas com nomes como Beckenbauer, Zidane e Lucas Radebe, ex-jogador da seleção da África do Sul. Também foi o espaço escolhido pelo técnico Luiz Felipe Scolari para falar sobre seu retorno ao futebol brasileiro – ele vai comandar o Palmeiras depois da Copa.
Além disso, a Adidas abriu as portas de seu centro para o trabalho da imprensa. No dia em que Scolari concedeu a entrevista coletiva, por exemplo, havia uma equipe de TV do Brasil gravando passagem no local.
A cessão de um espaço para jornalistas é apenas um fator que aproximou os planos de Adidas e Nike nesta Copa do Mundo. As duas empresas também dividem apostas em cores padronizadas de chuteiras (amarelo e roxo e laranja, respectivamente) e têm campanhas baseadas em histórias de atletas. Um executivo de uma das empresas chegou a dizer que as estratégias globais têm similaridades de “primos”.