Ela foi protagonista de uma das maiores polêmicas que precederam o início da Copa do Mundo de 2010. Criticada por jogadores como os brasileiros Felipe Melo, Júlio César e Luis Fabiano, a bola Jabulani se transformou em personagem na África do Sul. Graças a uma mudança no planejamento interno, porém, a Adidas já comemora o resultado de vendas do artefato antes mesmo de a competição terminar.
Segundo dados da companhia, foram 13 milhões de Jabulanis comercializadas neste ano em todo planeta. O produto oficial da Copa do Mundo é responsável por 65% do segmento para a Adidas em 2010 – no total, a empresa estima ter vendido 20 milhões de bolas.
O volume de vendas da Jabulani ainda é inferior ao da Teamgeist, bola da Copa do Mundo de 2006, que atingiu 16 milhões de unidades vendidas no ano em que o torneio da Alemanha foi realizado. No entanto, devido a uma mudança em seu planejamento, a Adidas já comemora o resultado desta temporada.
A diferença é que em 2006, época da Teamgeist, a Adidas destinava a mesma bola para todas as competições e equipes patrocinadas pela marca. Portanto, o número de peças comercializadas é igual ao número de bolas que a companhia vendeu naquele ano.
A situação em 2010 é diferente. A Adidas replica em outros modelos a tecnologia da Jabulani, mas a bola da Copa do Mundo é usada apenas na Copa do Mundo. Portanto, o produto tem mais concorrência dentro da própria companhia.
“Nós somos líderes mundiais em vendas de bolas. Já éramos em 2006, e agora concorremos com a própria Adidas. Isso mostra que os nossos produtos estão muito à frente”, enalteceu Thomas van Schaik, diretor de relações públicas globais da empresa alemã.
Antes de a Copa do Mundo começar, jogadores reclamaram do comportamento da Jabulani. Entre os comentários mais enfáticos, o goleiro Júlio César comparou a bola a um produto comprado em supermercado, o centroavante Luis Fabiano disse que ela era sobrenatural e o volante Felipe Melo a tachou de “patricinha” por “não gostar de ser chutada”.
A Jabulani também foi alvo de críticas de jogadores como o atacante Pazzini (Itália) e de técnicos como Fabio Capello (Inglaterra) e Oscar Tabárez (Uruguai). Em sua defesa, a Adidas reconhece que a bola é diferente e mais rápida do que as demais, mas que isso não deveria ser uma novidade para as equipes.
“Nós enviamos bolas similares às que estamos usando na Copa do Mundo para todas as federações e dissemos que eles deveriam treinar para se acostumar a ela. Consideramos esse modelo uma evolução em termos de bola. Certamente, o melhor que já se fez. Mas sabemos que o comportamento é diferente do que a maioria conhece. Avisamos isso com antecedência, e agora as pessoas reclamam. Não dá para entender”, completou Van Schaik.