Em pleno ano de Copa do Mundo a Adidas viu uma queda nos lucros. A companhia alemã teve redução de 20,9% em seu lucro líquido nos primeiros nove meses de 2014. Até o mês de setembro, os cofres da Adidas foram engordados em € 630 milhões. No mesmo período do ano passado, os dividendos obtidos haviam ficado em € 796 milhões.
O Mundial não foi tanto o vilão dessa história, porém. No último trimestre (junho a setembro), a empresa faturou € 11,116 bilhões, aumento de 0,9% em relação ao mesmo período de 2013 (€ 11,013 bilhões).
O lucro menor está relacionado ao fraco desempenho de alguns mercados específicos. O pior resultado foi na América do Norte: queda de 10,3% nas vendas. Na Ásia, o tombo foi um pouco menor: 2,9%. Outras regiões apresentaram maior venda. Na Europa ocidental houve um incremento de 7,5%, graças principalmente ao bom desempenho de Alemanha, França, Espanha e Reino Unido. Na China, houve aumento de faturamento de 6,3%. Mercados emergentes da Europa (5,4%) e América Latina (2,2%) também cresceram.
Entre as principais marcas da companhia, as vendas da Adidas subiram 5% nos nove primeiros meses do ano. A Reebok, que pode ser negociada pela firma alemã para um grupo de investidores asiáticos, viu as vendas caírem 1,2%. O pior desempenho foi da TaylorMade, divisão de golfe da empresa, com queda de 31,4%. A Rockport (4,5%) também sofreu revés. Já a Reebok Hockey subiu as vendas em 3,7%.
No terceiro trimestre de 2014, a Adidas obteve lucro de € 282 milhões, ou 11% a menos do que igual período do ano passado. Apesar disso, as vendas subiram 6,2%, atingindo € 4,118 bilhões.
Herbert Hainer, presidente da Adidas, destacou que a companhia gerou um “sólido terceiro trimestre”, com uma maior taxa de crescimento em muitos de seus mercados e categorias.
O executivo acrescentou que, ao mesmo tempo, tem dado continuidade aos desafios da empresa: reestruturação e estabilização da TaylorMade, ajuste de seus negócios na Rússia e intensificação de esforços para revitalizar a marca nos Estados Unidos. Segundo ele, para 2015 a empresa pretende aumentar as vendas e o lucro em um percentual mais elevado graças ao plano de medidas anunciado no final de julho.
Após a divulgação dos resultados e previsões, as ações da companhia subiram 4,8% na bolsa de Frankfurt. Segundo a firma de material esportivo, é esperada a redução do lucro aos acionistas na ordem de € 650 milhões.
A Adidas, que neste ano aumentou seus gastos de marketing para a Copa do Mundo no Brasil, vai reduzir os estoques do segundo semestre da divisão de golfe TaylorMade, como parte do programa de reestruturação. Outra medida implementada é a redução do plano de expansão na Rússia, além do fechamento das lojas que não sejam rentáveis.