A Fifa já havia anunciado, ainda em julho, que a Copa do Mundo de 2010 havia representado um decréscimo de público nos estádios em comparação com a edição de 2006, realizada na Alemanha. Quase seis meses depois do término do torneio na África do Sul, a agência oficial de turismo do país africano divulgou dados sobre o contingente de turistas que viajou ao local para ver a competição. E também atestou uma queda.
A Copa do Mundo de 2010 levou 309.554 estrangeiros à África do Sul. O número é inferior aos 450 mil que o país havia estimado anteriormente, e ainda representa uma retração em comparação com edições anteriores. O torneio vinha passando de 400 mil visitantes desde 1994, quando foi realizado nos Estados Unidos, e chegou a dois milhões de viajantes em 2006, na Alemanha.
E a maioria dos turistas que foram à África do Sul ainda foi formada por vizinhos. O continente com maior fluxo de turistas foi justamente a África, que respondeu por 32% dos que visitaram o país da Copa. A Europa mandou 24% das pessoas, e o continente americano enviou 13%.
Por conta disso, aliás, 80% dos turistas que foram à África do Sul para a Copa do Mundo eram neófitos no torneio. Entre os que já haviam acompanhado uma edição in loco, 41% eram da Europa.
Em menor número, os europeus ainda foram responsáveis pela maior fatia dos gastos de turistas na África do Sul durante a Copa. Visitantes do Velho Continente investiram 954 milhões de rands (R$ 238,5 milhões), mais do que os 641,1 milhões de rands das Américas (R$ 160,2 milhões).
O gasto total de turistas na África do Sul durante a Copa do Mundo foi de 3,64 bilhões de rands (R$ 910 milhões). O gasto médio durante a viagem ficou em torno de 11,8 mil rands (R$ 2,95 mil) por pessoa.
Entre os gastos, compras (31%) e acomodação (20%) responderam por mais da metade do que os turistas deixaram na África do Sul. Comida e bebida representaram 19%, o lazer concentrou 16% do investimento e o transporte foi 11% do custo – os 2% restantes devem-se a outros gastos.
A Copa do Mundo de 2010 foi a primeira edição da história a ser realizada no continente africano. O torneio teve pouco mais de três milhões de espectadores nos estádios, e representou um incremento de 1% na economia da África do Sul. O país investiu 33,65 bilhões de rands (R$ 8,4 bilhões) na preparação para o evento.
“Nossa indústria de turismo e nossos cidadãos nos deixaram orgulhosos. E, baseado nos resultados do turismo sobre a Copa do Mundo de 2010, posso dizer que o sucesso do evento vai reverberar por muitos anos”, projetou Marthinus van Schalwyk, ministro do Turismo da África do Sul, em entrevista coletiva concedida no país-sede do evento.
Próxima sede da Copa do Mundo, o Brasil tem uma projeção ainda mais otimista do que a África do Sul. O país sul-americano fala em receber até 600 mil estrangeiros por conta do evento de 2014.