Africanos não devem explorar amistosos

O período de treinamentos da seleção brasileira na África do Sul já começou e, antes do início da Copa do Mundo, dois testes foram programados pela CBF para que Dunga ajuste os últimos detalhes. Os países a serem visitados são o Zimbábue, na próxima quarta-feira (2), e a Tanz”nia, na segunda-feira (7). Apesar da oportunidade, dada a relev”ncia que o Brasil possui no futebol internacional, os governos dos respectivos países pouco têm a ganhar com essas partidas. “Esses países não têm muito como ganhar dinheiro, mas eventos assim possuem reflexo político”, argumenta Oliver Seitz, especialista em indústria do futebol. “Se for uma democracia, pode haver aumento no número de votos. No caso de regime autoritário, serve como legitimação do poder”. De fato, o Zimbábue vive turbulento período no que diz respeito à economia e à política, resultado da ditadura comandada por Robert Mugabe. A Tanz”nia, por sua vez, é um dos destinos preferidos de turistas na África. Com os jogos contra a seleção brasileira, a tendência é que ambas as situações ganhem a atenção da imprensa. “Eles terão visibilidade global porque o Brasil é o maior produto envolvido”, argumenta Amir Somoggi, professor e consultor em gestão esportiva. No caso do Zimbábue, especificamente, enxergar o amistoso contra o Brasil como oportunidade comercial viria em momento bastante pertinente. Em 2008, a inflação anual superou os 231.000.000%. Existiam em circulação notas de até 500 trilhões de dólares zimbabuanos. “Em tese, se os governos querem tirar vantagem, devem haver empresas globais e locais que queiram se associar, viabilizar”, conjectura Rafael Plastina, especialista em marketing esportivo e retorno de mídia. “Mas é difícil estimar quanto se pode ganhar financeiramente”.

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