Para compensar a “perda” com a seleção, o caminho é a Fifa. Essa pelo menos é a lógica que permeia o planejamento da Ab-Inbev no futebol. Uma das 11 parceiras oficiais da equipe nacional e agora patrocinadora da Fifa, a companhia de bebidas encontrou no acordo com a entidade um caminho para ter mais retorno, já que, segundo o diretor de marketing da Brahma, Marcel Marcondes, “está cada dia mais difícil patrocinar a seleção”.
A “insatisfação” da empresa tem dois motivos. Um é a reclusão crescente do time nacional, que realiza treinos secretos e faz apenas uma entrevista coletiva aos jornalistas por dia em Johanesbrgo. Além disso, Marcondes aponta o excesso de patrocinadores do tie nacional como um complicador. Nos últimos três anos, a CBF fechou oito contratos de patrocínio. Se, na Copa passada, o time nacional contava com os apoios de Nike, Vivo e Ambev, agora são 11 empresas ligadas à equipe comandada por Dunga.
Por conta disso, a empresa decidiu passar uma “experiência de Copa” para seus consumidores, nas palvras de Marcondes. Isso significa que as ações de marketing têm sido ligadas ao patrocínio à Fifa, especificamente com o Brahma Cup, competição que terá sua fase decisiva na África do Sul.
“O quanto vale a possibilidade de poder jogar na Copa representando o seu país?”, questiona Marcondes.
A equipe, selecionada por vídeos na internet, joga a Global Beer Championship na África do Sul. Uma das alternativas da Brahma tem sido levar a seleção ao ponto de venda da cerveja.
Um dos exemplos citados por Marcondes foi a lata em “high definition”, em referência à embalagem com imagens que remetem à seleção. No entanto, a grande aposta está em 2014, já que a Copa será no Brasil, abrindo o leque de opções de ativação de patrocínio.
Hoje, a Brahma ainda se apoia na “união de forças” entre os suportes do time e da Fifa. O aporte da Fifa também representa uma plataforma segura para a Brahma. Marcondes lamenta que, pela seleção, “tudo pode mudar em vinte minutos”.
Seu exemplo é o do vídeo “Drahma”, que rodou o YouTube após a convocação de Dunga para a Copa. O trocadilho foi feito em uma paródia que pedia Neymar e Paulo Henrique Ganso, jogadores do Santos, no Mundial, usando a campanha publicitária da Brahma para desdenhar da equipe nacional.