América-MG pretende vender CT para criar receita

Jogadores batem bola no CT do América-MG, que pode ser vendido

Jogadores batem bola no CT do América-MG, que pode ser vendido

O uso do patrimônio para criar receita fixa é um dos principais planos do América-MG para incrementar a arrecadação do clube e viabilizar uma sequência da equipe na elite do futebol nacional. O projeto ainda não tem cronograma para ser colocado em prática, mas é uma das metas mais importantes no escopo traçado pela atual diretoria.

A ideia mais estruturada com esse sentido envolve o atual centro de treinamentos do time profissional do América-MG. O aparato está situado em uma área valorizada de Belo Horizonte, perto da Lagoa da Pampulha, onde há um grande investimento em empreendimentos imobiliários de alto padrão.

O centro de treinamentos do América-MG está em um espaço de 56 mil metros quadrados, e uma construtora comprou um terreno de 96 mil metros quadrados para ser incorporado a esse espaço. A ideia é construir um condomínio de luxo no terreno oriundo da junção das duas propriedades.

O América-MG teria direito a alguns apartamentos, e isso geraria uma receita fixa para ser reinvestida. O foco desse segundo aporte pode até ser distante do segmento imobiliário.

Quanto ao CT, o América-MG pensa em terrenos da mesma região que possuem impeditivos de verticalização por conta da proximidade com um aeroporto. Esse tipo de espaço é mais barato, e o clube poderia erguer um novo equipamento com um custo menor do que o atual.

“Podemos comprar uma área nessas condições, desenvolver um novo e belo CT e usar integralmente a área atual para novos negócios. Nossa ideia é ter um CT de ponta, um dos melhores do país, e gerar dinheiro para uma receita fixa que não dependa de patrocínios”, explicou Olímpio Naves, membro do conselho de administração do clube, responsável pelas áreas de marketing e patrimônio.

A aposta no uso de patrimônio imobiliário para criar receita fixa segue o que o América-MG já realizou com o terreno em que atualmente está situado o Boulevard Shopping, o segundo maior de Belo Horizonte. O clube é dono de 48% da área física do empreendimento.

“Nosso patrimônio é muito grande. Não sei se existem cinco clubes no Brasil com um patrimônio cívico tão grande quanto o do América-MG. O problema é que isso atualmente tem gerado somente despesas, e nós não temos dinheiro nem para pagar o IPTU”, completou Naves.

Outra aposta do América-MG para incrementar suas receitas é a movimentação de Belo Horizonte em torno da campanha que o clube fez na Série B do Campeonato Brasileiro deste ano, que culminou com o acesso à elite. A equipe usará o apoio que recebeu até de torcedores rivais como argumento para pedir cotas maiores pelos direitos de transmissão televisiva de suas partidas em 2011.

A necessidade do América-MG de gerar receita fixa é explicada pelo sucesso da equipe. Nesta temporada, o clube conseguiu a promoção à Série A com um gasto anual entre R$ 10 milhões e R$ 13 milhões no futebol. Segundo projeções da diretoria, o Atlético-MG investiu R$ 100 milhões no mesmo período, o Atlético-PR gastou R$ 60 milhões e até a Ponte Preta, que não saiu da segunda divisão, colocou R$ 24 milhões nessa seara.

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