Análise: A 30 dias, desafios só crescem para Rio 2016

Zika, estado de calamidade pública, estupro coletivo, desabamento de ciclovia, poluição. Nos últimos meses, o Rio de Janeiro só deu motivos para o pessimismo em relação aos Jogos Olímpicos, em agosto.

As diversas esferas de poder, apesar de gravitarem pelo mesmo partido, parecem não se entender. Prefeito critica a segurança. População vive clima de insegurança. Nada do legado ambiental foi realizado.

Sinais evidentes de que os Jogos serão um fracasso?

Ainda é cedo para cravar um palpite. Atenas-2004 sofreu com seguidos atrasos nas obras. Retoques finais de paisagismo e acabamento ainda eram montados nos primeiros dias de Olimpíada. As competições foram coroadas com falha amadora na segurança da maratona, dando um legado de fracasso à experiência grega.

Pequim, quatro anos depois, foi bombardeada por denúncias de violações de direitos humanos. O revezamento da tocha foi o holofote ideal para ONGs ganharem visibilidade global. A poluição foi outro fator preocupante: em 17 dias de Olimpíada, só vi céu azul em dois deles. Os Jogos, porém, foram um sucesso.

Londres-2012 foi criticada pela gastança. Mas devolveu mais de US$ 500 milhões do orçamento inicial. Uma extensa área foi despoluída, um novo parque foi inaugurado. A competição traria transtornos ao dia a dia da cidade. Mas com o Parque Olímpico a 15 km do centro, isso pouco aconteceu. O evento foi bem-sucedido.

É cedo para dizer se o Rio tomará o caminho do fiasco de Atenas, da espetacularização de Pequim ou belo legado de Londres. Não é prematuro dizer, porém, que os desafios só crescem a 30 dias dos Jogos.

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