A abertura do sinal da Liga dos Campeões da Europa para TNT e Space pode, à primeira vista, parecer a derrota do Esporte Interativo na queda de braço com Sky e NET para entrar na maior fatia de mercado da TV fechada no Brasil. Mas não é. Com o fácil acesso dos fãs ao torneio, o canal se beneficia ao poupar sua marca do desgaste na relação com o cliente a cada rodada da competição.
O afã de conseguir um espaço nas duas principais operadoras a cabo do país, finalmente, dará lugar a uma negociação tranquila e, com certeza, mais eficiente do que simplesmente oferecer o torneio como moeda de troca. Existe, agora, consistência para a barganha.
O apelo popular nas rodadas em que a competição esteve escondida em pacotes de pouco alcance vai jogar a favor do Esporte Interativo. A Liga dos Campeões não é a Libertadores, o Barcelona não é Corinthians ou Flamengo, mas está claro que o interesse dos brasileiros pelo torneio é crescente e interessante para o mercado.
Ao canal do grupo Turner, resta usar a estratégia correta para reverter os meses de tratativas corroídas pela ampulheta que impunha prazo para chegar ao seu objetivo. A resistência em abrir o sinal foi, a princípio, um tiro no pé. A partir de agora, com o compilatório das manifestações dos torcedores pedindo que o campeonato tivesse o máximo alcance possível, pode se tornar uma aliada.
A negociação com maior potencial de perde-perde da temporada começa, enfim, a inverter a lógica.