Análise: Abrir streaming passa a ser questão de sobrevivência

Os canais esportivos fechados têm se distanciado das empresas de televisão a cabo, parceiros desde o início de suas existências. Até pouco tempo, o tema era um tabu: a medida era vista como uma declaração de guerra às companhias que forneciam os assinantes. Agora, a iniciativa virou necessidade.

O problema é que os assinantes estão em um movimento de migração de meios. A televisão paga perde valor, enquanto os serviços de streaming ganham relevância. Adaptar o negócio à nova realidade passou a ser questão de sobrevivência; a sustentabilidade do negócio passa pelo novo formato.

E essa não é uma previsão, é um movimento em curso. Nos Estados Unidos, mercado que dita as tendências nos meios de comunicação, esse é um fato cada vez mais consolidado. Segundo a última edição da “Digital Media Trends Survey”, da Deloitte, 55% dos lares americanos já contam com pelo menos uma assinatura de streaming. Hoje, no país, há mais de 200 opções do serviço, muito além dos líderes Netflix, Prime Video e Hulu. Em mensalidades, essas empresas geram US$ 2 bilhões a cada mês.

Ao mesmo tempo, a porcentagem de lares com televisão paga caiu de 75% em 2016 para 63% em 2017. Hoje, em média, 39% do conteúdo em vídeo assistido pelo americano é transmitido pela internet, e não pela televisão convencional.

Séries produzidas por Netflix e Hulu, com enorme sucesso, são a prova de que a revolução não está no conteúdo em si, mas no meio, no modo como os produtos são consumidos. Com o incremento de qualidade nas transmissões ao vivo por streaming, não tem mais como o esporte ser exceção nesse caminho.

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