No site da CBF, na última semana, estava estampada a notícia de que o Zé Gotinha entraria em campo. Tratava-se de uma campanha pela vacinação de crianças, teoricamente apoiada pela entidade. Uma raridade e, por isso, o fato até é notícia. Ainda assim, uma notícia bastante tímida frente à capacidade de influência de quem rege o esporte mais popular do país.
A campanha não teve grande influência. “Entrar em campo” não foi tão literal quanto se podia imaginar. Basicamente, o apoio da CBF se limitou a uma página que ninguém lê.
Há alguns anos, o então diretor de marketing do Corinthians, Luís Paulo Rosenberg, chegou a brincar com as campanhas sociais do clube. “Se é bom, a gente apoia”. Na época, isso fazia parte da construção de imagem do time, recém recuperado da Série B. A CBF, como se sabe, não tem um grande plano para associar valores.
Para além de um plano de branding, há exemplos de como o futebol pode levar benefícios reais para os torcedores, como pode atuar como instrumento de transformação social de fato.
Na Alemanha, a DFL, que organiza a Bundesliga, arca com 50% dos custos de um programa chamado de Fan Projekt; a outra metade é dividida entre prefeituras e a federação de futebol. O projeto é de 1981, com origem no combate à violência no futebol e tem mais de 50 unidades. Hoje, o programa sócio assistencial oferece uma série de atividades culturais e educativas, além de servir de canal de comunicação entre torcedores e agentes públicos.
Por lá, ganham todos.