Análise: Agora é a hora! Se joga, Neymar!

Espero que minha mãe me perdoe pelo erro de português do título, mas tem horas em que é preciso usar a linguagem mais coloquial possível para tentar resumir alguma situação de nosso cotidiano.

Neymar vive uma crise de imagem desde o fim da participação do Brasil na Copa do Mundo. Não dá para saber, porém, se ela é grande ou pequena. Nenhuma marca vai deixar de patrociná-lo por conta das críticas mais severas que ele passou a receber desde que se jogou mais do que jogou bola nos gramados da Rússia.

E é esse o ponto que parece ser o mais fundamental para o atacante neste instante. Neymar já viveu crises muito similares quando jogava pelo Santos ou pela seleção. Em 2011, era criticado pelo comportamento explosivo/arrogante/malicioso. Foi campeão da Libertadores e calou os críticos. Em 2013, era acusado de não ter um rendimento tão bom pela seleção quanto pelo Barcelona. Ganhou a Copa das Confederações. 

E agora? O que fazem Neymar e seu pai agora que ele é criticado novamente? 

Em vez de esperarem calados a bola voltar a rolar para ele dar a resposta em campo, atacam os críticos e dizem que o problema são os outros. Mas não são.

Neymar parece saber que precisa entrar em campo e ser o melhor para poder reduzir a força das críticas. Pelo menos é isso o que ele e sua família dão a entender quando partem para cima dos críticos com grande ousadia e nenhuma alegria. 

Só que, neste instante, ele não tem o respaldo do desempenho esportivo para, com a bola rolando, modificar a imagem de grande ator que deixou pairando no ar depois da Copa do Mundo. O que lhe restaria fazer é esperar quieto até voltar a jogar.

Quando o pai de Neymar rebate a uma pergunta com outra: “por que mudar o que sempre deu certo?”, ele parece ignorar exatamente a parte mais importante de toda lição: nem sempre o que deu certo no passado continuará a dar certo no futuro.

Uma coisa é vencer no futebol sul-americano, sem grandes concorrentes. Outra, bem diferente, é conseguir ser protagonista no concorridíssimo futebol europeu, com os melhores times e os melhores jogadores no auge de sua forma física e técnica. 

Ser campeão francês é obrigação para o PSG. Neymar, quando foi para a França, tinha como claro objetivo sair da sombra de Messi e se colocar no mesmo patamar do argentino e de Cristiano Ronaldo, ganhando a Liga dos Campeões. 

Se joga, Neymar! O único meio de mudar a imagem é jogando como nunca.

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