Análise: Apollo tem de passar credibilidade ao mercado

Foi praticamente um mantra repetido à exaustão por Michael Gruen na cerca de 1h de bate-papo que tivemos com o pessoal da Apollo Sports Capital outro dia. “O futebol perdeu sua credibilidade com o mercado, nossa atuação é exatamente para ter isso”.

O movimento que a Apollo pretende fazer no mercado brasileiro é uma releitura daquele que foi feito, sem sucesso, por fundos de investimento no fim dos anos 90. Na época, com a Lei do Passe ainda em vigor, os fundos vinham ao futebol no Brasil, assumiam a co-gestão do clube e, em troca, pegavam boa receita a partir da negociação de jogadores com clubes de fora.

Foi assim que a Parmalat teve um enorme sucesso com o Palmeiras. O modelo, porém, ruiu conforme dirigentes insistiram em tomar o controle da gestão e deixar os fundos só como financiadores de projetos que objetivavam apenas a conquista esportiva.

Sem poder investir em jogadores por conta de norma da Fifa, a Apollo viu na carência comercial dos clubes uma oportunidade de gerar dinheiro.

O fundo paga em adiantado pela propriedade e, em troca, assume o risco do negócio. A ideia é a mesma que fez surgir a Traffic, nos anos 80. Mas como o mercado vai reagir a isso?

Como já visto, o Café Bom Dia, que foi o primeiro a “comprar” a ideia da Apollo, é uma marca ligada à empresa. Não há nada de mal nisso, desde que o fundo se posicione rapidamente para explicar o porquê da ligação. Se não, a falta de credibilidade será fatal.

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