Análise: Até quando o Brasil confundirá patrocínio com caridade?

O Brasil voltará a ter dois pilotos no seleto grupo da Fórmula 1 em 2015. A notícia é ótima, já que dá ao país mais um piloto no grid, o que pode ampliar o interesse do público pela F1, em baixa nos últimos anos desde a morte de Ayrton Senna.

Mas, ao mesmo tempo, é péssima.

Nasr, possivelmente, terá bom espaço na mídia e conquistará patrocinadores pessoais. Porém, do lado do automobilismo brasileiro, a situação não parece ser tão bela assim.

A F1 sempre foi assim. Para chegar lá, é preciso ter dinheiro. Ele abre portas e assegura vaga no cockpit mesmo que o piloto não seja tão bom assim. É o velho e bom poder da grana. Não é privilégio de um ou de outro, é a regra mesmo. Até Fernando Alonso costuma levar o Santander a tiracolo onde corre.

O problema é o que representa hoje o produto da Fórmula 1 no país. A categoria estacionou nos 8 pontos de audiência na TV aberta no Brasil. Os treinos de sábado nem são mais transmitidos integralmente.

A F1 deixou de ser atrativa. Quando duas estatais precisam “socorrer’’ os pilotos, é sinal de que a coisa não está boa. Pior ainda é o argumento do BB de que “o principal objetivo da parceria é viabilizar a entrada de um piloto brasileiro na Fórmula 1”.

O aporte não é feito de forma a pensar numa ação internacional da marca, ou num projeto para levar os clientes a todos os cantos do mundo. É só para ter o Brasil na Fórmula 1. Patrocínio não é caridade! Ainda mais na nata do automobilismo!

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