Análise: Atleta é investimento de alto risco; será que vale a pena?

Uma marca suíça de chocolates ter Roger Federer como patrocinado é algo tão óbvio que não causa espanto a Lindt usar o tenista em suas campanhas promocionais. A chance de ter Federer no Rio, aliás, motivou a marca a fazer uma ação com esporte no país de incentivo de venda.

Federer é um ícone do tênis. Tem uma conduta indiscutível dentro e fora das quadras. Inspira a todos. É um investimento quase certo para quem tem alguns milhões de euros à disposição para usar com um rosto tão poderoso quanto o dele.

Mas até mesmo o investimento quase certo em um atleta como Federer mostra que, até assim, ele é de alto risco para um patrocinador. A lesão que tira Federer do Rio tira a chance de a Lindt criar uma experiência única para seu consumidor.

Se fôssemos listar o nível de risco de investimento no esporte, muito provavelmente o atleta representaria o mesmo de um investimento em Bolsa de Valores. Risco alto. Chance de ganho é boa, mas a chance de uma perda é também muito alta.

Investir em atleta é apostar na ponta com o maior número de variáveis na cadeia produtiva do esporte. Performance, conduta fora do esporte, risco de lesão. Tudo isso interfere na equação. E gera um imenso ponto de interrogação sobre o preço de se investir em um atleta.

Quando até mesmo alguém com a imagem de Roger Federer gera um problema para quem se relaciona com ele por motivos alheios à vontade de ambos, é sinal de que a conta está pesada demais para o retorno que um investimento desses pode causar. Será que ainda vale o risco?

Sair da versão mobile