Análise: Atletismo e judô ligam sinal de alerta olímpico

As campanhas do Brasil nos Mundiais de judô e de atletismo, encerrados no domingo, deveriam acender o sinal de alerta para COB e Ministério do Esporte no objetivo de colocar o país no top 10 do quadro de medalhas dos Jogos do Rio-2016.

No Mundial de Pequim, o país ganhou só uma prata com Fabiana Murer no salto com vara. A saltadora é nossa principal (e provavelmente única) esperança de medalha na modalidade no ano que vem.

O desempenho geral do Brasil no Ninho do Pássaro deixou a desejar. De positivo, os sextos lugares de Caio Bonfim e Érica Sena na marcha de 20 km. A colocação, porém, é insuficiente para colocá-los como candidatos ao pódio no Rio.

O pífio desempenho é outro fator para afastar o Brasil da meta. Em Londres-2012, dos dez primeiros colocados, apenas a Coreia do Sul não subiu ao pódio no esporte-base da Olimpíada. Dos demais, só a Itália não levou ouro na modalidade.

No judô, definido pelo COB como um dos carros-chefes para a campanha olímpica, o desempenho não foi melhor. O país ganhou dois bronzes, com Érika Miranda e Victor Penalber, no Mundial do Cazaquistão. Marcus Vinícius Freire, dirigente do COB, já disse que são esperados até 6 pódios nos tatames cariocas.

Mais do que objetivos utópicos, governo e COB deveriam mirar o Rio-2016 como chance para tornar o Brasil uma nação verdadeiramente olímpica. Sem colocar o esporte no dia a dia das escolas, o país continuará dependendo de talentos individuais. Seja para ficar em 22º, como em Londres-2012, ou em 10º, como sonha. 

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