Análise: Bancos miram marca forte com futebol

Para os clubes de futebol, o atual momento de negociação com patrocinadores é de adaptação. Saem os valores vultosos, entram os modelos de negócios que exigem maior flexibilidade. Mas, se a quantia no bolso não é a esperada, ao menos há um consolo: o segmento continua relevante para o mercado.

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A questão central é que, apesar do foco no modelo de negócio criado para as empresas, os clubes de futebol ainda representam um bom meio de exposição de marca. No fim, as “fintechs” não querem tanto os clientes/torcedores. Elas querem sobreviver no mercado como companhias com maior credibilidade entre os brasileiros.

O ponto foi levantado recentemente pelo Banco Inter em matéria publicada na Máquina do Esporte. O momento é de crescimento dos bancos digitais, mas não serão todas as marcas que triunfarão. Nos próximos anos, a tendência é que apenas algumas companhias sobrevivam ao fervor desse novo mercado para as instituições financeiras. Até porque os bancos tradicionais tendem a entrar nessa barca. O Santander, por exemplo, já lançou uma plataforma nesses moldes.

O futebol passa a representar uma plataforma de comunicação eficiente para empresas que ainda não têm força no mercado publicitário. Segundo o Ibope, apenas no primeiro semestre de 2017, a Caixa investiu R$ 582 milhões em anúncios. O Itaú, R$ 482 milhões. São números completamente fora da realidade para as “fintechs”, mas o esporte ajuda a posicionar essas marcas com valores muito mais baixos.

Evidentemente, a simples exposição no uniforme não gera o reconhecimento de marca e a geração de valores que uma grande campanha publicitária. Mas, com investimentos entre R$ 10 milhões e R$ 30 milhões, os bancos digitais conseguiram, por meio do futebol, ter uma plataforma de promoção. Além de colocar a marca na grande mídia, abriram-se portas para o relacionamento direto com um grupo de consumidores, seja pelas redes sociais ou pelos programas de sócio-torcedor.

Os contratos de patrocínio com as “fintechs” estão longe de ser o mar de rosas que os clubes têm tentado vender, com altíssimos ganhos em curto prazo. Mas isso não significa que o segmento anda desvalorizado no mercado, mesmo se forem considerados os valores inferiores. Os bancos digitais têm provado que, para estabelecer uma marca nova, o futebol ainda é uma plataforma relevante. De quebra, ainda poderão criar novos cases no mercado se souberem ativar os aportes com eficácia.

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