A entrada dos chamados “times de camisa” em outros esportes costuma ser celebrado pelas organizações. É compreensível. Festas feitas pela torcida do Flamengo, no NBB, ou pela torcida do Corinthians, na Liga Futsal, valorizam o produto.
Mas há um lado perverso: os velhos hábitos de estádio de futebol, infelizmente ainda presentes, acabam transferidos pelas quadras do Brasil. E o resultado é o que foi visto na Tijuca na última semana, quando 70 torcedores saíram presos de uma partida do Flamengo no NBB.
O futebol sofre muito com a violência. Ao longo das últimas décadas, o estádio se tornou um local hostil, pouco amigável. Como consequência, público e patrocinadores se mantiveram distantes das arenas.
Ainda assim, o futebol resiste por toda sua força histórica. O mesmo não pode ser dito em outras áreas.
O caso do NBB é emblemático: recente, com crescimento acentuado e uma proposta de fazer diferente no esporte nacional. Cenas como as ocorridas na Tijuca são um pesadelo.
Por isso, o combate à violência deve ser prioridade para essas ligas. Ginásios mais seguros, seguranças mais bem preparados, diálogo com grupos diversos são alternativas mais fáceis de serem realizadas, em comparação ao futebol, historicamente complicado.
Se houver algum grande incidente, o prejuízo de imagem se perpetuará por anos. Não é um risco que as ligas podem correr neste momento.