Análise: Bom marketing precisa ser ousado?

Ousadia e alegria.

Neymar, quando começou a despontar no Santos, consagrou o bordão que era um tanto quanto infantil, mas que virou lema de um craque com a bola nos pés e que parece sempre decidir fazer a escolha mais polêmica, dentro e fora de campo, mas que quase sempre acerta.

A ousadia da vez foi trocar o porto seguro de Barcelona pela imprevisível sedução de Paris. Ao decidir trocar o time mais badalado do mundo nos últimos anos por um que tem a ambição de se tornar um dos maiores, Neymar deu o salto de carreira que muitos executivos não têm coragem de fazer.

Talvez esse seja um dos motivos para Neymar ser um craque do marketing. A ousadia que ele tem ao querer estar entre os melhores dentro de campo, sem temer desafios que lhe são impostos, dá mais força à marca Neymar.

Mas será que o bom marketing precisa ser sempre marcado por ousadia?

A Samsung acaba de anunciar o técnico Tite como garoto-propaganda. A marca coreana, que deixou a seleção brasileira recentemente, foi atrás da escolha segura no marketing pré-Copa. Se existe alguém que está assegurado na Rússia, é o técnico da seleção.

Raramente vemos as marcas tomarem atitudes ousadas no marketing. Parece que a segurança de se preservar a imagem (e muitas vezes o emprego!) fala mais alto do que a chance de causar mais impacto (e ser promovido).

A ousadia no marketing precisa de executivos que estejam dispostos, assim como Neymar, a correr riscos em busca de uma maior projeção de carreira. É muito difícil, porém, tomar essa decisão.

No caso do agora jogador do PSG, o risco financeiro inexiste, o que torna muito mais fácil ser ousado. Resta saber se será possível ter alegria.

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