Análise: Botafogo se agiganta ao se ‘apequenar’

O Botafogo fechou um patrocínio pontual para o jogo contra o Palmeiras com a marca de alimentos do youtuber Felipe Neto, fenômeno do público jovem nas redes sociais.

A ação tinha objetivos distintos dos dois lados. Para Neto, era uma forma de ajudar o clube de coração e, também, levar a promoção de sua marca para outro público, que ele não atinje.

Para o clube, além de entrar a verba extra próximo do fim do ano, era uma forma de se encontrar um público que não está próximo da sua realidade.

E é exatamente aí que reside a boa notícia dessa história. Muitos veem o Botafogo se “apequenar” ao fechar o acordo com Neto. Considerando que o youtuber conta com 16 milhões de inscritos em seu canal, e o clube, pela pesquisa Lance!-Ibope de 2014 tem uma base de 3,4 milhões de torcedores, o Botafogo, mesmo com uma história centenária, fala atualmente com menos pessoas que o empresário.

Assim, é fácil perceber que o vídeo “Patrocinei o meu time de coração”, publicado por ele há três dias, tem mais de 1,5 milhão de visualizações, um número bem maior do que o de gente que assistiu a Palmeiras x Botafogo ao vivo pela televisão na última segunda-feira.

Em três dias, o número de inscritos na TV do Botafogo no YouTube foi de 57 mil para 95 mil pesssoas. E, mais ainda, as camisas do time para o público infantil, com a marca Neto’s estampada, tiveram aumento de 500% nas vendas no fim de semana.

O Botafogo teve a humildade de ver que, mais do que ser uma entidade centenária, ele precisava falar com um novo público. Usou a paixão de um torcedor que fala com esse público e gerou negócios com um patrocínio pontual.

Foi simples. E eficiente.

Sair da versão mobile