Análise: Brasil supervaloriza papel do treinador

Quem fará mais falta ao Palmeiras na próxima temporada: Gabriel Jesus ou Cuca?

O novo presidente do clube, Mauricio Galiotte, terá a difícil missão de substituir duas peças fundamentais na conquista do Brasileirão. E, mesmo diante da saída do atacante para o Manchester City, as atenções estão voltadas é para o treinador, que sinalizou sua saída.

Há no futebol brasileiro uma supervalorização do papel do técnico. Essa ideia ganhou firme aceitação a partir dos anos 90, com a ascensão dos comandantes estrelas, que se destacaram conquistando seguidos títulos, mas sempre contaram com elencos estelares, como o Palmeiras da Era Parmalat ou o Corinthians do final dos anos 90.

Um desses profissionais chegou a declarar que o papel do técnico não era fundamental na conquista de títulos. Ele representaria “apenas 70%”, indicando que todo o restante do elenco seria responsável pelos 30% restantes.

Este Brasileirão serve para mostrar que essa máxima é uma grande balela. Times bem estruturados e com bons elencos têm feito boas campanhas, desde que seu treinador não atrapalhe.

Um craque como Gabriel Jesus, por outro lado, é joia rara no país. Aos 19 anos é titular e homem-gol da seleção brasileira. Qual foi a última vez que o time brasileiro teve talento tão precoce? Neymar, em 2010.

Na eventual necessidade de substituir Cuca, o Palmeiras terá opções no mercado nacional, sul-americano ou poderá até optar por uma solução caseira, como fizeram o Flamengo com Zé Ricardo ou o Botafogo com Jair Ventura.

Quem vai substituir Gabriel Jesus? Atualmente, ninguém.

Sair da versão mobile