Somos um país desacostumados a planejar. Com um histórico de alta inflação e economia fragilizada, o Brasil se acostumou a ser um país em que pensar a longo prazo é uma tarefa praticamente impossível.
Por isso mesmo, ainda não temos, no país, um clima de Jogos Olímpicos no ar, como estariam pensando os mais fanáticos, ansiosos desde outubro de 2009 pela realização do evento no Rio de Janeiro em 2016. Mas, a menos de 10 meses para o Rio-2016, o COB agora corre contra o tempo para fazer as Olimpíadas caírem no gosto popular. E a ideia de lançar a campanha do Time Brasil neste instante mostra que, de um certo modo, o comitê pensou o momento exato para fazê-la.
Com a agenda do futebol (sempre ele) entrando em férias, é hora de o Rio-16 começar a bombardear a mídia com notícias e propaganda. Estamos a nove meses dos Jogos. Ainda é muito, mas é quase nada.
O maior segredo de Londres-2012 foi criar uma atmosfera de encantamento do londrino com o evento. O Brasil é muito mais festivo, sem dúvida, mas pela atual conjuntura econômica, social e política, tendemos a ser mais birrentos com os Jogos do que não fomos com a Copa de 2014.
O grande salto olímpico deve vir com o revezamento da Tocha, cem dias antes do evento. Mas o COB tem uma missão muito maior, que é fazer o atleta ser conhecido pela tor- cida e, mesmo que não seja, fazer a torcida querer torcer pelo país.
O maior legado esportivo que os Jogos pode trazer é exatamente o de o Brasil se engajar com os esportes e atletas olímpicos. Falta só meio ano.