Análise: Brasileiro tem desafio duplo no esporte paralímpico

O papel central ocupado nos Jogos do Rio 2016 levaria o carioca a assumir cargos internacionais mais relevantes.

Essa frase poderia descrever a ascensão de Carlos Arthur Nuzman, após presidir do COB e o Comitê Organizador do Rio 2016. Nunca antes um dirigente centralizou tanto poder na organização dos Jogos.

Após um evento esportivamente bem-sucedido, Nuzman candidatou-se à presidência da Organização Desportiva Pan-Americana. Favorito, caiu na primeira rodada da eleição. Dias depois, o dirigente, sempre afoito por poder, surpreendeu ao abrir mão da presidência da Organização Desportiva Sul-Americana, cargo que ocupava havia 14 anos.

Nesse interim, passou a enfrentar críticas pelo abandono do Parque Olímpico e pelas dívidas milionárias deixadas pelos organizadores. Tudo  em um Estado do Rio falido, que não paga salários a professores e policiais. 

A gota d’água foi a investigação por suposta participação na compra de votos que elegeram o Rio como sede olímpica. Em sua casa a polícia apreendeu quase meio milhão de reais em cinco moedas diferentes.

Por outro lado, a boa surpresa dos últimos dias foi a eleição de Andrew Parsons à presidência do Comitê Paralímpico Internacional.Ao ser eleito por maioria logo na primeira rodada, não conteve o choro sincero, algo raro no maquiado mundo da cartolagem.

Apesar do nome gringo, Parsons é carioca e em 20 anos foi guindado de estagiário de comunicações no comitê brasileiro ao mais importante cargo mundial do Movimento Paralímpico.

Entre os dirigentes do Brasil com maior visibilidade internacional, João Havelange teve destituídas todas as suas honrarias e morreu no esquecimento durante a Olimpíada que ajudou a trazer ao Brasil. Nuzman segue seus passos.

Além de liderar o crescimento do esporte paralímpico nos próximos quatro anos, Parsons tenta melhorar a imagem de nossos cartolas lá fora. Um desafio e tanto. 

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