A briga pública que virou a ida de Tite para a seleção brasileira é a típica situação desnecessária pela qual passaram Corinthians e CBF.
A dura declaração de Roberto de Andrade sobre não ter sido procurado pela CBF antes de falar com Tite parece mais conversa para jogar para a torcida do que realmente uma insatisfação realmente grande.
Afinal, como pode o treinador do Corinthians reclamar de não ser procurado previamente pela CBF se a entidade nem sabia se havia algum interesse de Tite em ir para lá?
O que poderia ter sido evitado, logicamente, era o encontro transmitido em tempo real pela mídia na noite de terça-feira, na sede da CBF.
Ou, se isso fosse inevitável, que a entidade falasse antes com o Corinthians para deixar tudo mais combinado entre as partes. Para agravar o problema, o anúncio de quem seria o novo treinador da seleção foi dado pelo presidente do Corinthians, no que foi novo ruído de comunicação.
Numa CBF em busca de um longo processo de resgate de imagem, ter uma nova crise com o clube que tem uma das maiores torcidas do país é problema totalmente desnecessário.
Tite, agora, também terá de dizer o que pensa sobre a situação. E o primeiro ato dele como treinador da seleção brasileira será o de colocar panos quentes em mais uma crise.
Mas, acima de tudo isso, o que Tite precisa fazer é comunicar para o público o que a CBF espera dele e o que ele espera desse trabalho.
É dessa primeira impressão que virá um dos mais estratégicos passos em busca do resgate de imagem da seleção, da CBF e do futebol.