Análise: Cadeiras vazias escancaram crise em precificação

O ano de 2014 foi o ano em que muitos clubes brasileiros tomaram uma polêmica decisão: proibir a entrada de torcedores em seus estádios. A decisão não foi aberta ao público, mas é a única explicação para a precificação dos ingressos de jogos de futebol ser tão fora da realidade nacional.

Sem dúvida, na última quarta-feira se viu o maior exemplo dessa situação. Ao colocar um ingresso totalmente irreal, o Cruzeiro proibiu que 20 mil pessoas assistissem a uma das finais mais importantes da história do clube, contra o seu principal rival.

O termo “proibição” não é exagero. Quando se limita a oferta a uma demanda inexistente, não há outra explicação.

O argumento sempre encosta na bilheteria mais alta. Mas, ao ver um setor inteiro vazio, será que alguém tirou algum dinheiro de lá? Além, claro, do tamanho da frustração do cliente, o torcedor, que foi impedido de entrar e que certamente carregará esse peso ao se relacionar com o time.

Isso acontece porque os clubes brasileiros não têm a menor ideia de como precificar o seu produto. Neste ano, foram vários exemplos. Até o Flamengo, time de maior torcida no país, chegou a jogar para 2 mil pessoas no Maracanã contra o Madureira; o ingresso mais barato era R$ 60.

Se quiserem realmente arrecadar mais e tornar o negócio do futebol mais sustentável, precificação é algo que exige urgência no futebol brasileiro.  

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