Análise: Campanhas são importantes, mas é preciso punir

Desde que assumiu o title sponsor da Copa Libertadores, a Bridgestone bolou uma série de ativações para vincular seu nome à competição. A empresa promoveu exposição da taça, agendou entrevistas com ex-jogadores, lançou livro sobre a história do evento, resgatando fatos e personagens esquecidos.

Até que a fatídica noite do Boca Juniors x River Plate. O que era para ser uma festa, quase se tonou tragédia. O ato irresponsável de um torcedor do Boca, de atirar gás tóxico no time rival, arranhou a imagem do torneio. Provocou a pior punição de um clube na história da Libertadores. Algo pouco usual na América Latina.

Ao abraçar uma campanha da Cruz Vermelha pela paz nos estádios, a Bridgestone dá o pontapé inicial para tentar mudar isso. O escritor argentino Hernán Casciari, comentando o incidente no La Bombonera, lembra como a bola, que já foi uma brincadeira divertida, seguiu caminhos tortuosos até chegar ao dilema atual.

“Colocaram uma capa plástica para os jogadores entrarem em campo sem morrer. Tivemos uma brincadeira. Ela já foi a mais divertida do mundo. Não sei se foi um acidente, mas o brinquedo se partiu em pedaços. E o mais triste é que não sabemos jogar outra coisa.”

Principal diversão da América, o futebol precisa reagir para que fatos como esse fiquem no passado. A campanha de Bridgestone e Cruz Vermelha, louvável em todos os sentidos, pode ser um caminho para a conscientização. Punições rigorosas, porém, são mais eficazes.

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