É difícil recordar um momento em que o futebol paulista tenha tido tamanha superioridade financeira frente ao carioca. O fato antes era visível apenas na planilha de receitas das equipes, mas o início deste ano colocou a teoria em prática. A exceção é o Flamengo, que em 2016 teve mais de R$ 200 milhões de diferença para o Fluminense, o rival regional mais próximo.
Foi uma sequência neste ano. O Santos contratou o técnico do Botafogo, time que também perdeu dois atletas para o Palmeiras. O São Paulo já levou o zagueiro do Vasco e está próximo do craque do Fluminense. O tricolor das Laranjeiras deverá perder dois jogadores para o Corinthians. E, nesta quinta-feira (11), o time do Parque São Jorge acertou com uma jovem revelação do Vasco. Foi um massacre paulista na janela de transferência.
A conversa parece excessivamente boleira, mas ela deverá ter consequência direta nos planos dos times cariocas para o restante da temporada. Quando se entra no ano com fraquezas tão expostas, fica difícil imaginar o poder do clube de atrair torcedores aos estádios e novos patrocinadores.
Há dois cenários em que é possível imaginar esse peso. O Vasco, por exemplo, acabou de fechar um contrato com a Diadora exclusivamente por venda de camisa. Não é difícil pensar que perder o camisa 10, de 19 anos, para um rival paulista não vai incendiar o comércio de licenciados. E o Fluminense, que já sofre com baixos públicos no Estadual e convive com prejuízos no Maracanã, como convocará seus torcedores após ver meio time migrar para o Estado vizinho?
Nos últimos anos, a distância financeira entre Rio e São Paulo aumentou. E parece que ficará ainda maior.