Análise: Casa própria é diferencial que só agora o Brasil entende

Em 2013, quando divulgou sua lista dos clubes mais ricos do mundo, a consultoria Deloitte dizia que Brasil e Rússia passariam a ter clubes, dali a algum tempo, na lista dos 20 mais ricos.

A projeção feita pela consultoria era de que, com os novos estádios erguidos por conta das Copas do Mundo 2014 e 2018, esses países veriam um salto de receitas parecido ao que teve o futebol inglês há cerca de dez anos.

O erro da Deloitte, na análise, foi desconsiderar o salto da venda de direitos de transmissão do futebol europeu e, também, a ineficiência na gestão do futebol na América do Sul.

Mas parece que, agora, o primeiro passo para que aquela projeção possa começar a se concretizar foi dado no mercado brasileiro. Com o sucesso do Palmeiras no Allianz Parque, os clubes têm visto que estádio precisa ser um gerador de receita formidável ao time.

O caso lembra muito aquele que impulsionou a revolução na Europa com a inauguração do Emirates Stadium, propriedade do Arsenal, em Londres. Foi só depois que os Gunners passaram a faturar milhões em bilheteria, a partir de 2005, que os clubes em geral foram em busca de uma corrida de melhoria no equipamento esportivo.

Por aqui, com apenas três estádios privados dos 12 erguidos para a Copa, foi preciso que o Palmeiras tivesse um estouro de arrecadação em dois anos de operação do Allianz para que os times que podem ter novo estádio, mas não conseguem sair do aluguel, vissem o diferencial de ter a casa própria.

Para sorte dos atrasados, construir um estádio hoje, sob efeito da Lava Jato, é possivelmente mais barato do que há cinco anos. A verdadeira engenharia será fazer isso sem comprometer o equilíbrio financeiro do clube.

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