Análise: CBF comete erros de clubes com cadeiras vazias

A CBF gosta tanto de ingressos caros que coloca até regra de preço mínimo para os clubes da Série A do Brasileirão. Agora, parece que não está satisfeita apenas com a média inferior a 16 mil pessoas no torneio. A entidade quer ver cadeiras vazias até com o seu principal produto, a seleção brasileira.

É a única explicação para a precificação completamente fora da realidade implementada nos jogos mais recentes do time. E o resultado não poderia ser outro: 36 mil pagantes na Arena do Grêmio para assistir ao jogo entre Brasil e Equador, pelas Eliminatórias.

Em um momento de reconstrução do time nacional, poucas coisas parecem mais prejudiciais do que a equipe atuar no país com um público abaixo do esperado. O preço cobrado para a partida, acima dos jogos da Copa do Mundo, resultou em um ruído de imagem desnecessário para os jogadores de Tite. Seleção brasileira tem que jogar com casa cheia. Sempre.

Normalmente, os clubes usam o argumento pouco sensato de que a precificação gera uma maior receita de bilheteria, como se não fosse interessante cobrar a metade e receber o dobro de público nas desertas arenas espalhadas pelo Brasil.

No caso da seleção, a situação é ainda mais esdrúxula, visto os milhões que a CBF recebe anualmente com os patrocinadores. Não há explicação para tentar maximizar os ganhos em bilheteria em detrimento da imagem de alta popularidade do time.

Em São Paulo, cidade mais rica do país, a estratégia funcionou em um jogo de alto apelo. Mas não pode ser exemplo, como ficou provado em Porto Alegre. Em um país com o Brasil, pobre e em crise, é um acinte cobrar R$ 200 por um ingresso comum.

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