A CBF anunciou com estardalhaço a contratação de uma agência para ser a condutora do processo de venda dos direitos de transmissão dos amistosos da seleção brasileira até 2022. Com a maior pompa, celebrou a entrega para a badalada Synergy o direito de ir ao mercado negociar com as emissoras.
Mas então por que fracassou a venda feita pela agência especializada nisso?
O fato é que não existe pior hora de se tentar vender direitos esportivos no mercado brasileiro do que agora. As emissoras deverão fazer, em breve, suas propostas pelos direitos de transmissão da Copa Libertadores, num processo que deverá gerar acirrada disputa entre os quatro maiores do mercado: ESPN, Fox, Globo e Turner.
Em breve, haverá ainda embate pela Liga dos Campeões da Europa. Isso sem falar na verba que já se investiu pela Copa do Mundo e, ainda, outros direitos de transmissão relevantes.
Tudo isso deve se desenrolar com mais força no próximo mês, quando acontece a Sportel, principal feira de negócios do mercado de TV.
Todo esse cenário tirou fôlego de investimento das TVs, que ainda atravessam período de corte de gastos.
E o que faz a agência especializada no mercado de televisão para a CBF? Coloca à venda direitos que não têm a maior relevância dentro desse cenário.
Se estivesse minimamente atenta aos recados do mercado, a Synergy já teria visto na recusa de todas as emissoras em fazer proposta para os direitos do Mundial de Clubes da Fifa, agora em dezembro, um sinal de alerta.
Não é que ninguém queira exibir os amistosos da seleção brasileira. Mas, agora, não há quem queira investir dinheiro nisso.
O mais interessante é ver que uma empresa especializada nisso, contratada apenas para esse fim, não soube analisar o momento certo para fazer a venda dos direitos da CBF.