Análise: Clube de futebol não é uma multinacional qualquer

A Juventus da Itália apresentou, nesta semana, um novo escudo e um novo conceito de marca que responderá pela equipe. O símbolo maior do time foi totalmente transformado e ficou longe das tradições centenárias que envolvem a agremiação de Turim.

Aparentemente, os Agnelli misturaram os dois negócios que envolvem a família: a Juventus e a Fiat. E a Juventus não deveria funcionar como a Fiat.

Quando se pensa em uma empresa, reformular conceitos e mensagens faz todo o sentido quando existe um plano de internacionalização. Foi assim, inclusive, que aconteceu quando o Fiat se uniu a Chrysler, sob a justificativa de “criar uma cultura corporativa única”, com alcance global.

No futebol, a transformação em uma marca global gera milhões em novos negócios. O maior exemplo é o Manchester United, uma poderosa marca em todo o planeta.

Por outro lado, esse é um mercado peculiar. O Manchester vende milhões em patrocínio para a Ásia, mas é fundamentalmente um time da cidade inglesa de menos de meio milhão de habitantes. E a Juventus também.

Quem paga ingresso, vai a todos os jogos, compra pay-per-view são os torcedores locais. E, para esses, tradição vem em primeiro lugar. É o time da infância, é a lembrança do velho estádio, é o título comemorado com os filhos. Rasgar velhos símbolos é arrancar a memória de seu principal consumidor, aquele torcedor que te fez gigante. E isso não se faz.  

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