Foi durante uma reunião com os fundadores do Banco de Pontos Fidelidade que surgiu a notícia de que o Corinthians tinha feito um encontro com seus patrocinadores para que eles, de forma prática, vissem como poderiam gerar novos negócios entre si, ligados ou não ao clube.
Em 2005, quando a Máquina do Esporte dava seus primeiros passos, lembro de ter feito uma reportagem sobre um encontro que o Milan havia promovido para seus patrocinadores. À época, já via naquela ideia uma tremenda oportunidade para os clubes no Brasil. Ser um polo gerador de negócios entre diferentes empresas, de diferentes segmentos, mas tendo algo em comum: o mesmo cliente.
Nesses últimos 14 anos, vendo que o esporte brasileiro seguia na inércia de considerar patrocínio apenas exposição de marca e um pagamento ao final do mês, tentei promover algumas iniciativas do gênero entre marcas. De alguns desses encontros com profissionais da indústria, saíram novos negócios, boas ideias, amizades.
O atropelamento da comunicação digital instantânea acabou um pouco com a força para realizar esse tipo de encontro, mas o poder que ele consegue ter, desde que tenha por trás um propósito claro de se fazer negócios, é realmente grande.
Por isso mesmo, ao ver um clube do tamanho do Corinthians liderar um processo desses na indústria, temos a obrigação de tornar isso notícia para incentivar mais práticas desse gênero. A entidade esportiva é um polo gerador de negócios não apenas no B2C mas também no B2B. Quando o esporte perceber essa força que tem, haverá um enorme benefício para toda a cadeia esportiva.
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É muito mais fácil para duas empresas usar uma propriedade emotiva como um clube de futebol para gerar negócios do que procurar sinergia de atuação em áreas distintas e, a partir disso, criar um novo produto que precisa ser comunicado ao público.
O maior problema para esses encontros virarem regra no mercado é encontrar tempo e disposição para que as reuniões virem algo frequente. E, além disso, as empresas precisam ter sucesso com aquilo que vão querer implementar. O programa de fidelidade implementado no ano passado pelo Corinthians pode ser uma saída. Sem a amarra de troca de ingresso para jogo que existe no sócio-torcedor, ele pode ser um novo caminho para as marcas promoverem vendas a partir do clube. Se o modelo dá certo em diversos segmentos da indústria, por que não funcionaria no esporte?