O estudo do Itaú BBA mostra um dado preocupante na gestão dos times: a incapacidade de vender seus ativos para o mercado.
Em 2016, segundo números do banco, o futebol atraiu só 0,42% do que as empresas gastaram em publicidade no país. Como efeito de comparação, os clubes da Ligue 1 ficaram com 3,4% dos anúncios na França.
Nos últimos quatro anos, os times aumentaram em 13,4% o faturamento com patrocínios, atingindo R$ 550 milhões em 2016. A participação sobre o total gasto pelas empresas, porém, não saiu do lugar.
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Alguns fatores ajudam na estagnação. Os times ainda não souberam vender relacionamento para as empresas. O patrocínio serve muito mais como publicidade para as marcas, com poucas ativações.
O perigo se torna maior pelo fato de a Caixa Federal estampar seu logo no espaço nobre da camisa de 15 dos 20 times da Série A do Brasileirão. Uma mudança de planos do banco estatal deixaria 75% da elite sem patrocinador máster.
É um problema grave, já que as outras formas de arrecadação do futebol brasileiro não devem experimentar grande aumento de receita a médio prazo.
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Os direitos de TV para os próximos anos já estão assinados. A venda de jogadores para o exterior, forma utilizada por muitos times para cobrir custos operacionais, não representa um ganho fixo. E os programas de sócio-torcedor terão que se reinventar, se quiserem superar a barreira de serem meros vendedores de ingressos.
Para conquistar uma fatia maior em um mercado que foi de quase R$ 130 bilhões no Brasil em 2016, o futebol precisa oferecer formas de engajamento às empresas aproveitando a paixão despertada em seus torcedores. Um desafio e tanto!