O lançamento da plataforma Galo Fun é mais um alento no mercado de marketing esportivo do futebol. Após uma década de aposta quase exclusiva no programa de sócio-torcedor, os clubes de futebol parece que começaram a entender que fidelização do cliente é algo bem maior que isso.
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Há quase um ano, o Corinthians apresentou o Loucos por Pontos, plataforma que usa o conceito dos programas de fidelidade cirados pelas companhias aéreas para gerar consumo dos torcedores de experiências e oportunidades que só fazem sentido dentro de um ambiente de conexão apaixonada como existe no futebol.
Agora, o Atlético-MG aposta em criar projetos únicos para o torcedor. E, pela primeira vez, faz isso de forma concentrada numa única plataforma. A criação da Galo Fun pode abrir espaço para que outros clubes entendam a importância de gerar novos produtos exclusivos para os torcedores.
Até agora, algumas ações são feitas esporadicamente (o Palmeiras, por exemplo, fará um final de semana temático em um hotel no interior para o seu torcedor pela segunda vez daqui uma semana). Falta ao futebol o entendimento de que o maior combustível que existe para consumo não é o desempenho dentro de campo, mas o simples fato de o torcedor amar o clube.
Ao criar o programa de experiências, o Atlético também foge da obrigatoriedade de pensar primeiro no sócio-torcedor para, então, montar um produto. O consumo de experiências não precisa ser de um único tipo de cliente. Pelo contrário. É uma forma mais democrática de consumir o clube e, dessa maneira, também ajuda a gerar ainda mais receita onde antes não havia.
Quando valorizamos o culto ao passado que o futebol europeu faz, ou então as datas e atletas históricos que são celebrados pelos americanos nos mais diferentes esportes, não entendemos que a motivação para isso é muito mais comercial do que realmente histórica. É ótimo valorizar o passado, mas existe uma lógica de negócios que move essa ação. Geralmente, é na infância que criamos nossos ídolos. Resgatar o passado é provocar também o consumo daquele torcedor que ficou mais velho.
Aos poucos, os clubes de futebol no Brasil perceberam que existe vida bem além dos sócios. Agora, é preciso compreender que existe na exploração comercial da paixão do torcedor com o clube uma fonte de receita significativa que tem sido historicamente deixada de lado pelo mercado brasileiro. Para isso acontecer, porém, é preciso trabalhar. E muito. Afinal, esse ainda é o jeito mais seguro para se fazer dinheiro.