Análise: Clubes entenderam que são sócios, e não rivais

A notícia de que Flamengo e Cruzeiro vão promover ações de união das torcidas na final da Copa do Brasil é daquelas que merecem destaque por ser algo ainda pouco visto no Brasil.

O clube de futebol, por aqui, num determinado momento se perdeu entre a fanfarronice da mídia e a seriedade do desempenho em campo e fez de quem deveria ser sócio um inimigo.

O mesmo Flamengo que aplaudimos pela ação louvável com o Cruzeiro é o que fez de tudo para criar um clima de guerra com o Botafogo, que ajudou a resultar em brigas entre torcidas e mais um morto na estatística.

Nunca é tarde para reparar o erro. O que o Flamengo faz agora com o Cruzeiro é exatamente o que precisa fazer com todos os rivais. Da mesma forma, outros clubes têm ajudado a fazer com que a impressão de guerra seja substituída pela de paz entre as torcidas.

É surreal ainda termos de imaginar que os clubes não entenderam que são sócios de um mesmo negócio. O torcedor não tem dúvida para qual time ele vai torcer. E não precisa distorcer a razão por conta da sua paixão.

Que a iniciativa de Flamengo e Cruzeiro possa ser utilizada para que cada vez mais a promoção seja parte importante do esporte dentro do Brasil. Pior é saber que esse era um costume do esporte no país até os anos 80 e que perdeu sentido com a entrada de mais investimento dentro das entidades.

É interessante perceber que, quanto mais dinheiro passou a entrar no futebol, menos profissional ele ficou.

Os clubes de futebol são sócios fora de campo. Isso ajuda a promover o evento, o que aumenta índices de audiência e, por sua vez, receita com bilheteria e patrocínio. Rivalidade só é bom quando fica no campo de jogo.

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