Ao que tudo indica, o acordo São Paulo e Under Armour vai terminar. Da mesma forma, a parceria Palmeiras e Adidas terá revistos os valores, se houver mesmo uma renovação.
O que explica essas mudanças não é um descontentamento da marca com a performance do time, ou mesmo a crise que faz um crescimento de 0,1% do PIB ser considerado digno de festa.
O maior problema, nos dois casos, é a base em que foi construído o negócio. Quando fechou com o São Paulo, a Under Armour via o clube como a plataforma de promoção da marca, que entrava com o Tricolor no Brasil.
Na última renovação com o Palmeiras, a Adidas ainda tinha o cenário de Copa do Mundo e Jogos Olímpicos no horizonte, e uma necessidade de se mostrar grande na briga com a Nike.
Agora, nada disso faz sentido. A Under Armour está firme no Brasil, com lojas próprias e marca conhecida. No duelo com a Nike, a Adidas mira esforços na Copa da Rússia, canalizando dinheiro e atenção para o Mundial.
O problema é que tanto Palmeiras quanto São Paulo têm de mostrar que são negócios rentáveis aos seus parceiros comerciais. E, na base em que foram feitos os dois contratos, a conta é cada vez mais difícil de ser fechada. Ou, pelo menos, de ser justificada.
A grande revolução que o mercado da Europa já viveu foi a que fez dos clubes parceiros comerciais dos seus fornecedores. Por aqui, o clube ainda se vê como mídia para as empresas.
Não é uma falha. É a situação que o próprio mercado sustentou. Desde 2014, Palmeiras e São Paulo são boas plataformas de mídia para Adidas e UA. Agora, porém, a história é outra. Os clubes precisam vender. E isso passa por saber, primeiro, qual seu valor.