Análise: Clubes precisam ser responsáveis por seus estádios

Nesta segunda-feira (5), após o clássico entre Santos e Corinthians, o prefeito de São Paulo, João Dória Júnior, resolveu se manifestar sobre o péssimo estado em que se encontra o Pacaembu. Em suas redes sociais, o político comentou: “a solução definitiva é a sua concessão, é investimento privado”.

O prefeito de São Paulo praticamente confirmou o que a Máquina do Esporte levantou há algumas semanas: o sucateamento do estádio é um ato político. A Prefeitura da cidade não tem interesse em reformas básicas porque insiste em passar a estrutura à iniciativa privada. Dória Júnior chegou a citar diretamente a necessária troca das lâmpadas e confirmou que não irá investir na reforma.

Diante dos últimos fatos, restam poucas dúvidas: o Pacaembu não está apto a receber uma partida como Santos e Corinthians. O problema é que ninguém é responsabilizado pelos entraves nas estruturas.

No domingo, com mais uma falta de luz, a Globo reclamou publicamente pelo atraso em sua programação. A emissora, que paga R$ 18 milhões pelos direitos de transmissão a cada time que esteve em campo, tem todo o direito de se incomodar.

No clássico, o problema foi apenas a iluminação. Mas muitas vezes as péssimas condições das arenas brasileiras geram problemas sérios de segurança, tanto para torcedores quanto para times visitantes. Muitas vezes a punição ao mandante aparece apenas quando há briga, justamente uma situação em que há pouco o que o clube possa fazer.

Federações precisam com urgência estabelecer condições mínimas para uma partida de futebol, com um manual dentro da realidade financeira das equipes. Dessa maneira, as punições seriam justas aos erros, e constrangimentos como os de domingo seriam mais escassos.

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