Análise: COI precisa atacar de fato seus problemas

O Comitê Executivo do Comitê Olímpico Internacional discute, nesta sexta-feira (8), pautas importantes para o futuro da Olimpíada. Aparentemente, nenhum dirigente está interessado em fazer uma reforma profunda (e necessária) no evento.

Em 2014, o comitê lançou a Agenda 2020, que pretendia dar maior autonomia aos Comitês Organizadores e enxugar os custos dos Jogos. Entre as medidas, foi estabelecido o limite de 28 esportes e 10.500 atletas por edição. Apesar das boas intenções, porém, a busca por conter o gigantismo da competição foi deixada de lado.

Pior: o COI tem decidido mudanças que só criam mais despesas aos organizadores. Em agosto, o comitê incluiu mais seis esportes para Tóquio 2020: beisebol e softbol, surfe, skate, caratê e escalada.

A ideia do comitê foi se aproximar do público jovem. No entanto, as seis modalidades criam um grau de complexidade ainda maior e a necessidade de mais instalações.

Mas o lobby das federações continua. Hoje, o comitê decide a possível inclusão de basquete 3 x 3, high diving (saltos ornamentais em plataformas de 27 m e 20 m), provas mistas de nado sincronizado, 4 x 100 m livre e medley, além de disputas de 50 m peito, borboleta e costas na natação.

Na semana passada, o Comitê Organizador de Tóquio 2020 divulgou cortes no orçamento, com gastos de R$ 42 bilhões. O valor já supera o Rio 2016, orçado em R$ 40,89 bilhões. A dois anos do início das competições, é de se esperar que esse número ainda seja um pouco inflado até lá.

Um sinal claro de que o documento Agenda 2020 já foi todo rasgado diante do lobby de federações e dirigentes. 

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