Análise: Coibir machismo marca território da Liberty Media na F1

São coisas que todos nós estamos tão acostumados que, muitas vezes, nem notamos o poder da simbologia, por mais evidente que ela esteja. Mulheres bonitas enfeitando o cenário de um ambiente majoritariamente masculino: nada mais machista, opressor e retrógrado. Tudo o que qualquer instituição de mínimo respeito, que preze pela sua imagem, quer evitar.

No caso específico da Liberty Media com a Fórmula 1, esse é um desafio enorme. Por décadas, a competição criou um ambiente misógino. Basta lembrar algumas declarações de Bernie Ecclestone, antigo presidente da competição. O antigo dirigente já declarou que não há mulheres na chefia porque “a maioria não quer cargos de responsabilidade” e que pilotas “não seriam levadas a sério”.

Proibir as “grid girls” é um modo de impor a quebra de um paradigma e explicitar que o modo de operação da maior competição do automobilismo mudou radicalmente. E colocar-se na vanguarda é sempre o melhor caminho para se manter em primeiro, mesmo que no início sofra com as críticas de quem não vê o óbvio quando mulheres desfilam sob o ronco do motor.

Hoje, a Fórmula 1 entende que é função do esporte quebrar alguns status quo que nunca deveriam ter feito sentido. Foi essa falta de entendimento que teve a Oi Park Jam na última semana, quando gerou polêmica em uma foto com os vencedores da disputa, com o primeiro colocado homem portando um cheque R$ 12 mil mais valioso do que a primeira colocada mulher.

O torneio de skate justificou que a categoria masculina tinha mais mídia e apoio, como se o fato pudesse mudar naturalmente, com a passividade da entidade esportiva envolvida. A Liberty Media sabe bem qual é o seu papel na História.  

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