Análise: Como a crise na Fifa mudará os negócios

Em 2007, quando a Visa tirou a MasterCard do patrocínio à Fifa, o então diretor de marketing e TV da entidade, Jérôme Valcke, teve de dar explicações sobre o porquê da troca, que foi conduzida toda por ele.

A MasterCard anunciou aos quatro cantos que não lhe foi respeitado o direito de cobrir a proposta da concorrente e manter o patrocínio. Disse que iria à Justiça. E foi. No fim daquele 2007, as duas partes se acertaram, e a Fifa pagou US$ 90 milhões em indenização à empresa.

Valcke, então, já tinha sido demitido do cargo de diretor de marketing, mas havia sido, meio ano depois, reconduzido à Fifa como secretário-geral, cargo em tese superior ao que ocupava antes do caso Visa.

Foram necessários mais oito anos e um escândalo de venda com ágio de ingressos para a Copa de 2014 para que Valcke caísse de vez na Fifa, que desde maio atravessa uma revolução no modelo de governança.

O caso de Valcke mostra como o futebol tem a ganhar no ambiente de negócios com a crise que expôs todas as mazelas de um sistema de negócios corrompido desde o topo até a base da pirâmide. Por mais que Joseph Blatter tente achar culpados que não ele e o sistema que ajudou a se solidificar em quase 20 anos, o fato é que nunca foi tão tranquilo às empresas negociarem com a Fifa.

A crise que o futebol passa é um divisor de águas para quem quiser trabalhar com o esporte. A Copa do Mundo segue a atrair o interesse de todos. Agora, porém, as cartas para fazer parte desse jogo deixam de ser tão marcadas como antes. O negócio só tende a crescer no futuro.

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