Análise: Complexidade de cotas de TV dificulta negociações

Negociar cotas de televisão é um trabalho complexo para os clubes brasileiros. Ainda que alguns dirigentes insistam no contrário, a conta está longe de se restringir ao valor do cheque oferecido. E mensurar a diferença é algo bastante complicado de fazer, especialmente para clubes que nunca deixaram de ser abraçados pela principal emissora do país.

A grande questão é a visibilidade que irá faltar. Quando o Clube dos 13 foi rompido, essa discussão esteve em evidência, mas hoje, com o embate entre Sportv e Esporte Interativo, ela esteve em segundo plano, infelizmente.

Na época, o Corinthians, em especial, exigia que houvesse um ágio nas propostas de RedeTV e Record. No outro grupo, especialmente com o Atlético Mineiro, não havia essa percepção. No fim, o Clube dos 13 rompeu e todos acertaram com a Globo.

O ágio foi colocado em 20% porque esse era o número que se entendia como necessário para suprir a falta de visibilidade de que a saída da Globo provocaria. Mas a conta estava mais próxima do que era politicamente aceitável do que uma conta fria.

Nessa conta, tem que estar a quantia oferecida, o número da audiência e o número de partidas transmitidas. E o impacto disso na visibilidade de patrocinadores e na proximidade mantida com os torcedores.

Na televisão aberta, isso é um pouco mais complicado graças a discrepância entre Globo e concorrentes. Na fechada, a diferença entre Sportv e as concorrentes não é tão grande, pelo menos em número bruto. Mas é fato que quem sentar na mesa pensando apenas no dinheiro irá perder logo no início.   

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