A decisão de fazer a Copa Libertadores no ano todo, em 42 semanas, com provavelmente a decisão do campeonato em jogo único, em sede rotativa, representa muito mais do que simplesmente uma mudança de calendário do futebol na América do Sul.
Pela primeira vez a Conmebol pensa no futebol como negócio ao promover tais mudanças. Para uma entidade que nunca olhou o futebol para além das quatro linhas, já é um alento.
Mas não dá para pensar numa mudança profunda de comportamento da entidade no curto prazo.
O que motivou esse novo olhar foi a necessidade de mudar o formato da competição para gerar mais dinheiro, remunerar melhor os clubes e evitar o êxodo para o propagado sonho de uma “Champions das Américas”.
O que mais preocupa, porém, é saber que a maioria das mudanças nada mais é do que a implementação sem readequação de ações da Europa.
Uma Libertadores mais longa obriga uma renegociação dos contratos de TV e de patrocínio. Isso ajuda a dar mais dinheiro para os clubes.
Mas ainda não há uma cultura futebolística suficiente na América para acreditar que uma final em partida única seja sucesso de público. Com menor poder aquisitivo e num continente maior, o sul-americano não tende a viajar tanto quanto o europeu.
A Conmebol pensar no futebol como negócio é um alento. A questão é saber se haverá gente gabaritada para ampliar esse negócio com o tempo.