Análise: Conmebol mostra força da organização

O que mudou no futebol sul-americano de 2018 para cá que justifica um aumento tão grande do interesse das marcas e da mídia pela Libertadores? É lógico que ter duas quartas de final exclusivas com times brasileiros contribui – e muito – para o aumento do interesse do país sobre a competição. Mas a mudança mais substancial na Conmebol este ano está na organização do torneio.

A ruptura com o modelo antigo de subserviência à mídia e obscurantismo na relação com os patrocinadores tem ajudado a entidade a conseguir fazer de 2019 um ano muito mais proveitoso de promoção e divulgação do seu maior campeonato.

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No final das contas, a Conmebol mostra como é mais fácil obter sucesso quando o futebol torna-se minimamente organizado. Em 2018, já com uma pequena ingerência da FC Diez Media na gestão do campeonato, a confederação sul-americana conseguiu ter mais retorno com a transmissão na mídia. Os jogos em horários intercalados e sem o atropelo de emissoras transmitindo ajudou a melhorar os índices de audiência.

Este ano, a qualificação na venda comercial da Libertadores, com um plano mais consistente de negócios, fez o torneio chegar a um novo patamar. Já são nove os patrocinadores da Conmebol, sendo que o novo campeonato começou a ser vendido apenas no final do ano passado ao mercado. A tendência, aos poucos, é ver as marcas se engajando cada vez mais com o torneio, à medida que se torna possível acreditar que ele realmente vai se tornar mais seguro para todos os envolvidos.

Nem mesmo a vexatória necessidade de levar a final de 2018 para Madri parece ter abalado a confiança do mercado em um novo produto. Este ano, para melhorar, os principais times da Argentina estão de novo atuando como protagonistas. E, no Brasil, a presença de quatro times nas quartas de final faz o campeonato ter mais força.

É muito provável que Santiago, no Chile, receba uma final entre Brasil e Argentina para a Libertadores. É o jogo dos sonhos para os patrocinadores que investiram de olho nos dois principais mercados do continente. E, muito possivelmente, será a salvação para a grande novidade deste ano, que é o jogo decisivo em campo neutro.

O maior mérito da Conmebol nessa mudança foi ter conseguido reduzir um pouco o peso da incapacidade do dirigente sul-americano na gestão do seu principal produto. Em menos de um ano, o resultado começa a aparecer. Sim, ainda é cedo para dizer que já deu certo, mas é só organizar um pouquinho que a coisa melhora.

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